A tecnologia das construções anti-sísmica no Japão que deveria ser aplicadas em regiões com abalos sismicos como na Turquia e região.
Urias Rocha BR
O Japão é um país asiático que tem seu território localizado no limite da placa tectônica Euroasiática Oriental que é afetada constantemente por terremotos. A frequência desse fenômeno ocorre devido à zona de convergência entre as placas que são classificadas como “Círculo de fogo do Oceano Pacífico”, uma junção de três no total, a Euroasiática Oriental, a Norte-Americana e a das Filipinas. Esse encontro de blocos geram muita instabilidade, ocasionando tsunamis, terremotos e atividades vulcânicas.
Como esses eventos acontecem de forma constante, a população se tornou bem preparada para saber reagir a tudo isso. Uma área que precisou ser bastante modificada é a da engenharia civil, os prédios precisaram ser construídos com tecnologias diferentes que o tornaram preparados para esses acontecimentos. Foi, então, que surgiram as tecnologias anti-sísmicas.
As tecnologias servem para evitar que os danos causados por esses fenômenos naturais sejam maiores e gerem danos irreversíveis para a população. Hoje, o Japão é considerado o país com o melhor sistema de prevenção de catástrofes naturais. Desde 1981 existe um código que contempla rigorosas regras de construção. Em 11 de março de 2015, houve um terremoto que seus danos foram avaliados em mais de 333 bilhões de reais e foi considerado o mais agressivo da história do país, porém por causa da excelente referência em construção que existe no Japão, milhões de vidas foram salvas.
A seguir, será possível entender como funciona os sistemas que deixam as construções em um esquema “balança, mas não cai”.
Como funciona na estrutura?
Diante de várias situações de terremotos e semelhantes, a população japonesa sente a grande necessidade de tomar todas as precauções referentes a essa problemática. Dentre elas, o corpo de bombeiros de todo o país, realiza treinamentos frequentes abordando como agir diante de situações como essa e, além disso, algumas construções contam com tecnologias que ajudam na prevenção de maiores desastres.
Nas fundações dos edifícios, existe um sistema de molas que é usado para absorver os impactos dos terremotos. Nas colunas e vigas, mais especificamente em suas junções, é instalado um material que dissipa a energia quando a estrutura é movimentada em direções opostas (em casos de edifícios muito próximos uns aos outros, é instalada uma mola entre eles para não se chocarem).
Imagem: Molas nos edifícios
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=z9oaeBcXKU4
Em alicerces, são instalados amortecedores eletrônicos, semelhantes a suspensão de veículos, que podem ser controlados a distância. Nas travas de ferro usadas no “esqueleto” do prédio são instalados os amortecedores que evitam a ressonância com o terremoto.
Imagem: Alicerces instalados
Fonte: https://constru360.com.br/o-japao-e-a-incrivel-engenharia-anti-sismica-terremoto/
Uma das partes mais importantes dos prédios é o pêndulo que é instalado no topo das edificações. Ele funciona como um sistema de contrapeso inercial: uma bola suspensa e pesada o bastante para movimentar o prédio no sentido contrário ao das vibrações (ocasionadas pelos tremores ou terremotos), deixando a estrutura estável.
Imagem: Pêndulo instalado
Fonte:https://totalcad.com.br/tecnologia-faz-predios-resistentes-a-terremoto/
Por último, as janelas são feitas de vidro que, na parte mais sensível das edificações, são revestidos por um tipo de material flexível que não ficam em contato direto com as esquadrias. Assim, em caso de tremores, os vidros não vão se quebrar pois estarão se movendo controladamente.
Imagem: Janelas com as borrachas
Fonte:https://totalcad.com.br/tecnologia-faz-predios-resistentes-a-terremoto/
Exemplos de construções que adotaram essa tecnologia:
Casa em Bahia de Caraquez: Nesta cidade no Equador, após um terremoto, uma casa antiga que estava prestes a ser tombada como patrimônio histórico se manteve de pé, graças aos seus materiais, que são principalmente de madeira e bambu. Esses elementos são muito leves, fazendo com que eles votem a sua posição inicial após uma inclinação.
Imagem: Casa em Bahia de Caraquez
Hotel em Canoa: Canoa é uma cidade localizada na costa equatoriana, nela ocorreram duas situações com dois hotéis, o primeiro teve seus andares todos desabados e apenas o esqueleto da construção se manteve de pé, o segundo hotel localizado a dois quarteirões desse primeiro se manteve intacto. O motivo? O primeiro citado construiu o hotel com areia inadequada, já o segundo usou uma areia que foi tratada com mais cuidado. Além disso, apenas a base do segundo hotel foi feita de concreto, o resto da instituição foi utilizado bambu, que como já foi visto antes, é bem maleável.
Imagem: Hotel Amalur
BIBLIOGRAFIA:
DE CERQUEIRA, Wagner; FRANCISCO. O terremoto no Japão. Mundo educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-terremoto-no-japao.htm>. Acesso em: 16 de novembro de 2020.
Cai? Não cai: No Japão, tecnologia é braço forte da construção civil. SECOM: Universidade Federal de Goiás. Disponível em: <https://secom.ufg.br/n/13511-cai-nao-cai>. Acesso em: 16 de novembro de 2020.
O Japão e a incrível engenharia anti-sísmica (terremoto). Constru360°. 27 de abril de 2016. Disponível em <https://constru360.com.br/o-japao-e-a-incrivel-engenharia-anti-sismica-terremoto/>. Acesso em: 16 de novembro de 2020.
ZIBELL, Matías. O segredo dos edifícios que não caíram durante o terremoto no Equador. BBC News. 25 de abril de 2016. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160425_terremoto_segredo_tg>. Acesso em: 16 de novembro de 2020.
Taipei 101 – prédio em Taiwan que utiliza a tecnologia de pêndulo para amortecimento inercial. Disponível em: <https://youtu.be/LtunuAL9Gtc> Acesso em: 16 de novembro de 2020.
ENGENHARIA 360. Tecnologia anti terremotos do Japão. Disponível em:<https://engenharia360.com/tecnologia-anti-terremotos-do-japao/> Acesso em: 16 de novembro de 2020.
TOTAL CAD. Tecnologia faz prédios resistentes a terremoto. Disponível em:<https://totalcad.com.br/tecnologia-faz-predios-resistentes-a-terremoto/> Acesso em: 16 de novembro de 2020.
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