Por Urias Rocha - Campo Grande-MS
"Ou Estado faz o manejo sustentado do jacaré faturando fortuna ou o anfíbio acaba com o Pantanal Mato-grossense e Sul-mato-grossense." Pesquisador Nonato Conceição - Mestre em Biologia e estudo do ecossistema pantaneiro.
"Ou Estado faz o manejo sustentado do jacaré faturando fortuna ou o anfíbio acaba com o Pantanal Mato-grossense". A advertência é feita pelo engenheiro florestal, biólogo, cientista e pesquisador Pedro Nonato Conceição que há mais de meio século acompanha as mutações que a gigantesca área de 52.500 km2 do Pantanal Mato-grossense vem sofrendo.
“Os mandatários dos três Poderes de Mato Grosso devem entender que os recursos naturais renováveis e não renováveis do Estado não podem ser objetos de poder de autoridades institucionais que não fizeram e não fazem história no Estado e também nunca vieram a cuidar das suas “responsabilidades”, enquanto administradores”, destaca o pesquisador.
Em sua opinião, é por isso é que existe esse estado de indignação de toda a população de Mato Grosso que não sabe a quem reclamar contra a indiferença do Estado na defesa de seus interesses.
“Primeiramente é preciso esclarecer que o Pantanal de Mato Grosso é diferente do de Mato Grosso do Sul e em virtude disso carece de uma legislação diferente das malditas portarias a que o Estado é submetido, impedindo-o de legislar em defesa dos seus recursos naturais”, afirma Pedro Nonato.
“O Governo do Estado deve assumir essa responsabilidade e cuidar do seu patrimônio. Doutores para esse fim são muitos trabalhando em suas secretarias mandando apenas relatórios anuais inconspícuos para decisões das Instituições federais já superadas. Existe a anos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama um trabalho denominado “Comunicado Técnico 46”, da Embrapa/Pantanal, de Corumbá-MS, editado pelos doutores-pesquisadores Zilca Campos, Guilherme Mourão e Marcos Coutinho, que fundamentado em seus trabalhos científicos recomendam o “manejo extensivo e sustentado do jacaré (Caiman crocodilus yacare) no Pantanal”.
Sustenta o Comunicado Técnico que esse recurso natural renovável tem que ser manejado evitando catástrofe na capacidade de suporte alimentar que é hoje uma feição pontual de todo o Pantanal.
Segundo o pesquisador, a responsabilidade pela catástrofe ambiental que já vem ocorrendo desde a década de 70 quando os pássaros deixaram de migrar para o norte do Estado à procura dos ricos nichos lacustres alimentares e que se agravou nesta década são dos governadores do passado e do presente que sempre foram mal assessorados pelos seus auxiliares.
“O Pantanal Mato-grossense não é mais aquele ecossistema desejável para se ver e muito menos para a sobrevivência das espécies”, afirma.
Adverte Pedro Nonato que o desequilíbrio entre predador e presa começou com a participação humana que eliminou os grandes bagres que viviam nos poços dos leitos dos rios. Por isso é que acabaram os peixes, agora com uma agravante: o perigo de ser varrida do mapa do Estado a gigantesca área, considerada pela Unesco como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade.
A recomendação de se explorar esse recurso natural de Mato Grosso é feita pelo cientista Nonato Conceição com a autoridade de quem nasceu nas barrancas do rio Cuiabá em Nobres e há mais de meio século acompanha de olhos atentos a metamorfose que a gigantesca área de 52.500 mil km2 tem sofrida desde o final dos anos 70, quando aterros continentais, como os da Fazenda Camargo Correa, e a Transpantaneira, em Poconé, assorearam centenas de quilômetros da planície pantaneira.
De acordo com Nonato Conceição, esse foi o primeiro xeque-mate na biodiversidade do Pantanal Mato-grossense, que enfrenta agora o segundo, com a capacidade de suporte K do jacaré chegando ao limite de saturação.
Sustenta o Comunicado Técnico que esse recurso natural renovável tem que ser manejado evitando catástrofe na capacidade de suporte alimentar que é hoje uma feição pontual de todo o Pantanal.
Segundo o pesquisador, a responsabilidade pela catástrofe ambiental que já vem ocorrendo desde a década de 70 quando os pássaros deixaram de migrar para o norte do Estado à procura dos ricos nichos lacustres alimentares e que se agravou nesta década são dos governadores do passado e do presente que sempre foram mal assessorados pelos seus auxiliares.
“O Pantanal Mato-grossense não é mais aquele ecossistema desejável para se ver e muito menos para a sobrevivência das espécies”, afirma.
Adverte Pedro Nonato que o desequilíbrio entre predador e presa começou com a participação humana que eliminou os grandes bagres que viviam nos poços dos leitos dos rios. Por isso é que acabaram os peixes, agora com uma agravante: o perigo de ser varrida do mapa do Estado a gigantesca área, considerada pela Unesco como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade.
A recomendação de se explorar esse recurso natural de Mato Grosso é feita pelo cientista Nonato Conceição com a autoridade de quem nasceu nas barrancas do rio Cuiabá em Nobres e há mais de meio século acompanha de olhos atentos a metamorfose que a gigantesca área de 52.500 mil km2 tem sofrida desde o final dos anos 70, quando aterros continentais, como os da Fazenda Camargo Correa, e a Transpantaneira, em Poconé, assorearam centenas de quilômetros da planície pantaneira.
De acordo com Nonato Conceição, esse foi o primeiro xeque-mate na biodiversidade do Pantanal Mato-grossense, que enfrenta agora o segundo, com a capacidade de suporte K do jacaré chegando ao limite de saturação.
”Ou Mato Grosso toma iniciativa e passa a controlar imediatamente a superpopulação de jacaré no Pantanal Mato-grossense ou ocorrerão mortalidades por falta de alimentos. Quem está acabando com os peixes, governador Silval Barbosa, são os 30 milhões de jacarés que comem 9 milhões de toneladas de peixe por ano e nunca os pescadores amadores ou profissionais que capturam algumas centenas de toneladas, de peixes anualmente. Com os pescadores convivemos pacificamente, porque são obedientes as nossas leis, desde que elas sejam inteligentes, consistentes e fundamentais. Mas e os jacarés, que vivem escondidos debaixo d’água, será que a população não é muito superior a estimada?", questiona o cientista.
Segundo Nonato Conceição, que acompanha as mutações da biodiversidade do considerado “santuário ecológico de Mato Grosso” desde a década de 70, quando no governo de Garcia Neto, foi criado o Centro de Pesquisas Ictiológicas do Pantanal Mato-grossense, o Cepipam, com recursos da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – Sudepe.
A sua preocupação é que com o jacaré livre da perseguição dos coureiros está dizimando há meio século as populações de peixes nos rios, lagos, baías, corixos, etc. Hoje o jacaré está perturbando os fazendeiros até fora dessa área, e já põe em risco a fauna, principalmente as aladas, cujas reproduções estão diminuindo com a morte dos filhotes por falta de alimentos. A capivara é uma exceção: não é atacada pelo anfíbio.
AVES
Explica o pesquisador que uma infinidade de aves piscívoras como tuiuiú, cabeça seca, garça, saracura, anhuma, arancuã, marrecão, pato selvagem, biguá, maguari, socó, maria faceira, massarico, tapicuru, guará, cori-caca, coró-coró, joão grande e tantas outras que se alimentam de peixinhos, caramujos e moluscos da fauna aquática estão desaparecendo da paisagem pantaneira, pois desde que os peixes foram sumindo dos cursos d’água, essas espécies viraram repasto dos famintos jacarés.
As consequências dos ataques dos jacarés às aves que buscam os alimentos para levar aos seus filhotes são a dizimação de várias e espécies e por isso a vida no Pantanal Mato-grossense está deixando de ter continuidade, pois os filhotes acabam morrendo de fome antes mesmo de atingirem a fase alada e poderem lutar pela sobrevivência.
O jacaré é um anfíbio blindado que não é parasitado e não adoece, tem o suco gástrico mais ácido do mundo animal; pode viver até 100 anos tanto na água como na terra. O glutão jacaré, que na fase adulta come em média três quilos de peixes/dia, já está se tornando um terror para moradores ribeirinhos da planície pantaneira, porque com a escassez de alimentos em seu hábitat, ele está atacando animais domésticos como galinhas, patos, porcos, etc.
Até a lenta sucuri, a maior serpente do pantanal, quando invade águas paradas em busca de alimentos, é devorada em poucos segundos por grupos famintos de jacarés.
Segundo Nonato Conceição, que acompanha as mutações da biodiversidade do considerado “santuário ecológico de Mato Grosso” desde a década de 70, quando no governo de Garcia Neto, foi criado o Centro de Pesquisas Ictiológicas do Pantanal Mato-grossense, o Cepipam, com recursos da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – Sudepe.
A sua preocupação é que com o jacaré livre da perseguição dos coureiros está dizimando há meio século as populações de peixes nos rios, lagos, baías, corixos, etc. Hoje o jacaré está perturbando os fazendeiros até fora dessa área, e já põe em risco a fauna, principalmente as aladas, cujas reproduções estão diminuindo com a morte dos filhotes por falta de alimentos. A capivara é uma exceção: não é atacada pelo anfíbio.
AVES
Explica o pesquisador que uma infinidade de aves piscívoras como tuiuiú, cabeça seca, garça, saracura, anhuma, arancuã, marrecão, pato selvagem, biguá, maguari, socó, maria faceira, massarico, tapicuru, guará, cori-caca, coró-coró, joão grande e tantas outras que se alimentam de peixinhos, caramujos e moluscos da fauna aquática estão desaparecendo da paisagem pantaneira, pois desde que os peixes foram sumindo dos cursos d’água, essas espécies viraram repasto dos famintos jacarés.
As consequências dos ataques dos jacarés às aves que buscam os alimentos para levar aos seus filhotes são a dizimação de várias e espécies e por isso a vida no Pantanal Mato-grossense está deixando de ter continuidade, pois os filhotes acabam morrendo de fome antes mesmo de atingirem a fase alada e poderem lutar pela sobrevivência.
O jacaré é um anfíbio blindado que não é parasitado e não adoece, tem o suco gástrico mais ácido do mundo animal; pode viver até 100 anos tanto na água como na terra. O glutão jacaré, que na fase adulta come em média três quilos de peixes/dia, já está se tornando um terror para moradores ribeirinhos da planície pantaneira, porque com a escassez de alimentos em seu hábitat, ele está atacando animais domésticos como galinhas, patos, porcos, etc.
Até a lenta sucuri, a maior serpente do pantanal, quando invade águas paradas em busca de alimentos, é devorada em poucos segundos por grupos famintos de jacarés.
O pantanal é uma gigantesca área estimada em 250.000 km2, dos quais 97.500 km2 (65%) ficam em Mato Grosso do Sul; 52.500 km2 em Mato Grosso (35%) e os outros 100.000 km2 no norte do Paraguai e leste da Bolívia, no Chaco boliviano.
Estima-se que a população de jacaré na planície brasileira oscile entre 20 e 35 milhões de indivíduos. Mas essa avaliação é contestada, porque especialistas em pesquisas argumentam que como esse animal vive debaixo d’água, é impossível fazer uma estimativa por amostragem.
MANEJO SUSTENTÁVEL
O manejo sustentado do jacaré do pantanal pode representar para Mato Grosso a injeção de no mínimo R$ 1 bilhão anual em sua economia, por tempo imprevisível, mas que, certamente, se estenderá por décadas, pois o jacaré é um recurso natural renovável de alta capacidade de reprodução. “Quem se reproduz por dezena de ovos jamais se extinguirá”, afirma Nonato Conceição.
Nesse colossal volume de dinheiro que será injetado na economia mato-grossense está incluso a geração de empregos nos frigoríficos que vão processar sua carne; nas indústrias de calçados, cintos, bolsas; de produção de ração, além de abrir um campo de trabalho para pescadores de jacarés, cuja captura tem que ser artesanal e que terão que chegar vivo aos abatedouros para avaliação da sanidade dos animais.
Apesar do seu alto valor comercial – o quilo do filé custa R$ 45,00; coxa e sobrecoxa, R$ 30,00; linguiça, R$ 25,00 – a procura pela carne de jacaré supera disparadamente a oferta.
A Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal Ltda. – Coocrijapan, de Cáceres, abate 2 mil jacarés por mês, com uma produção anual de 5 mil quilos de carne por ano. Para atender parte da demanda do mercado interno precisava produzir 50 mil quilos/ano – revela Wilson Girardi, ex-diretor da Coocrijapan, que se desligou da empresa cacerense para ir montar uma indústria de carne do anfíbio em Corumbá-MS. Atender o mercado consumidor mundial, então, nem pensar.
O professor Nonato Conceição vê na exploração extensiva do jacaré a única saída para salvar a gigantesca área pantaneira de uma catástrofe ambiental, pois não existe outra forma de controlar a população do anfíbio cujo crescimento de indivíduos é explosivo.
Blindado por uma couraça que o protege dos predadores da cadeia alimentar do Pantanal – a onça e a sucuri – o jacaré só corre risco dentro da própria espécie, que é autofágica. A fêmea do jacaré põe uma média de 60 ovos por ano, com elevado índice de eclosão e sobrevivência da prole.
Estima-se que a população de jacaré na planície brasileira oscile entre 20 e 35 milhões de indivíduos. Mas essa avaliação é contestada, porque especialistas em pesquisas argumentam que como esse animal vive debaixo d’água, é impossível fazer uma estimativa por amostragem.
MANEJO SUSTENTÁVEL
O manejo sustentado do jacaré do pantanal pode representar para Mato Grosso a injeção de no mínimo R$ 1 bilhão anual em sua economia, por tempo imprevisível, mas que, certamente, se estenderá por décadas, pois o jacaré é um recurso natural renovável de alta capacidade de reprodução. “Quem se reproduz por dezena de ovos jamais se extinguirá”, afirma Nonato Conceição.
Nesse colossal volume de dinheiro que será injetado na economia mato-grossense está incluso a geração de empregos nos frigoríficos que vão processar sua carne; nas indústrias de calçados, cintos, bolsas; de produção de ração, além de abrir um campo de trabalho para pescadores de jacarés, cuja captura tem que ser artesanal e que terão que chegar vivo aos abatedouros para avaliação da sanidade dos animais.
Apesar do seu alto valor comercial – o quilo do filé custa R$ 45,00; coxa e sobrecoxa, R$ 30,00; linguiça, R$ 25,00 – a procura pela carne de jacaré supera disparadamente a oferta.
A Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal Ltda. – Coocrijapan, de Cáceres, abate 2 mil jacarés por mês, com uma produção anual de 5 mil quilos de carne por ano. Para atender parte da demanda do mercado interno precisava produzir 50 mil quilos/ano – revela Wilson Girardi, ex-diretor da Coocrijapan, que se desligou da empresa cacerense para ir montar uma indústria de carne do anfíbio em Corumbá-MS. Atender o mercado consumidor mundial, então, nem pensar.
O professor Nonato Conceição vê na exploração extensiva do jacaré a única saída para salvar a gigantesca área pantaneira de uma catástrofe ambiental, pois não existe outra forma de controlar a população do anfíbio cujo crescimento de indivíduos é explosivo.
Blindado por uma couraça que o protege dos predadores da cadeia alimentar do Pantanal – a onça e a sucuri – o jacaré só corre risco dentro da própria espécie, que é autofágica. A fêmea do jacaré põe uma média de 60 ovos por ano, com elevado índice de eclosão e sobrevivência da prole.
Um dos fatores que favoreceram a proliferação do jacaré no Pantanal Mato-grossense foi à abundância de peixes nos rios do Estado, muitos deles tributários importantes da rede hídrica da região.
Sem ser predada e beneficiada pela oferta de comida no próprio hábitat, a população do jacaré cresceu sem controle, chegando ao ponto de já colocar em risco o ecossistema pantaneiro. A maior densidade de jacarés da região pantaneira está concentrada na área de 52.500 mil km2 de Mato Grosso, segundo pesquisadores.
EXPLORAÇÃO DOS JACARÉS
Estima o pesquisador que para diminuir a população de jacarés até o limite desejável de 1.500.000 indivíduos são necessárias 10 indústrias do porte da Sadia processando cada uma 600.000 indivíduos por ano. Além desse parque industrial, serão necessárias outras 10 indústrias para produzir os bens que a sociedade gosta, como: sapatos, vestidos, cintos, bolsa e blusões. A outra indústria comercial riquíssima é a das filmagens da captura do animal.
Um cálculo rápido do pesquisador-engenheiro florestal: se forem montados 10 frigoríficos, com capacidade para abate e industrialização de 600 mil animais/ano, cada uma, serão retirados da natureza, por temporada 6 milhões de indivíduos, respeitando-se o período de desova das fêmeas. “É uma quantidade insignificante se considerarmos o número de ovos que cada fêmea põe na desova anual e cuja taxa de sobreviventes de filhotes é alta pelas condições favoráveis do meio ambiente em que nascem”.
Assegura o engenheiro florestal que nunca vai faltar matéria-prima para os frigoríficos trabalhar e nunca acabarão os estudos científicos que garante os empregos de muitos naturalistas e afins.
À medida que os estoques pesqueiros do Pantanal Mato-grossense forem sendo repostos naturalmente, os jacarés das áreas pantaneiras de Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia vão começar a migrar para os rios do Estado em busca de alimentação; é nessa fase que a captura continua com indivíduos saindo das suas áreas de proteção.
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO
Para Nonato Conceição é um absurdo Mato Grosso deixar de aproveitar essa excepcional oportunidade de faturar mais de R$ 1 bilhão por ano por um período que pode ser eterno se a exploração desse inesgotável recurso da natureza obedecer ao conteúdo absoluto de legislações ambientais inteligentes e também preservar para as futuras gerações esse colossal patrimônio da humanidade, como já foi declarado pela Unesco.
Conforme o pesquisador Nonato Conceição, a América do Sul é maior depositário de estoque de crocodilos do mundo. Nos EUA, na região do Everglades existem os crocodilos e lá eles são mortos anualmente evitando o aumento da população.
Os Estados Unidos têm uma carta do governo brasileiro pedindo a população que não compre as peles dos nossos jacarés e que deve ser cassada se Mato Grosso decidir explorar essa riqueza em seu território para salvar sua área pantaneira. “O Governo do Estado não deve dar ouvidos as ONGs, que só atrapalham os nossos trabalhos sérios e atrativos”, reage o pesquisador.
“Mato Grosso deve ter a sua autonomia de legislar a favor dos seus recursos renováveis e não renováveis. Aquele tempo de dependência do Distrito Federal tem que mudar, como tem que mudar também as ideias retrógradas de “velhos” – que não saem das suas poltronas, desfolhando as páginas amareladas dos seus trabalhos mortos – para os novos que geram o poder e vasculham o nosso país em busca de novas soluções”, afirma Nonato Conceição.
Sem ser predada e beneficiada pela oferta de comida no próprio hábitat, a população do jacaré cresceu sem controle, chegando ao ponto de já colocar em risco o ecossistema pantaneiro. A maior densidade de jacarés da região pantaneira está concentrada na área de 52.500 mil km2 de Mato Grosso, segundo pesquisadores.
EXPLORAÇÃO DOS JACARÉS
Estima o pesquisador que para diminuir a população de jacarés até o limite desejável de 1.500.000 indivíduos são necessárias 10 indústrias do porte da Sadia processando cada uma 600.000 indivíduos por ano. Além desse parque industrial, serão necessárias outras 10 indústrias para produzir os bens que a sociedade gosta, como: sapatos, vestidos, cintos, bolsa e blusões. A outra indústria comercial riquíssima é a das filmagens da captura do animal.
Um cálculo rápido do pesquisador-engenheiro florestal: se forem montados 10 frigoríficos, com capacidade para abate e industrialização de 600 mil animais/ano, cada uma, serão retirados da natureza, por temporada 6 milhões de indivíduos, respeitando-se o período de desova das fêmeas. “É uma quantidade insignificante se considerarmos o número de ovos que cada fêmea põe na desova anual e cuja taxa de sobreviventes de filhotes é alta pelas condições favoráveis do meio ambiente em que nascem”.
Assegura o engenheiro florestal que nunca vai faltar matéria-prima para os frigoríficos trabalhar e nunca acabarão os estudos científicos que garante os empregos de muitos naturalistas e afins.
À medida que os estoques pesqueiros do Pantanal Mato-grossense forem sendo repostos naturalmente, os jacarés das áreas pantaneiras de Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia vão começar a migrar para os rios do Estado em busca de alimentação; é nessa fase que a captura continua com indivíduos saindo das suas áreas de proteção.
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO
Para Nonato Conceição é um absurdo Mato Grosso deixar de aproveitar essa excepcional oportunidade de faturar mais de R$ 1 bilhão por ano por um período que pode ser eterno se a exploração desse inesgotável recurso da natureza obedecer ao conteúdo absoluto de legislações ambientais inteligentes e também preservar para as futuras gerações esse colossal patrimônio da humanidade, como já foi declarado pela Unesco.
Conforme o pesquisador Nonato Conceição, a América do Sul é maior depositário de estoque de crocodilos do mundo. Nos EUA, na região do Everglades existem os crocodilos e lá eles são mortos anualmente evitando o aumento da população.
Os Estados Unidos têm uma carta do governo brasileiro pedindo a população que não compre as peles dos nossos jacarés e que deve ser cassada se Mato Grosso decidir explorar essa riqueza em seu território para salvar sua área pantaneira. “O Governo do Estado não deve dar ouvidos as ONGs, que só atrapalham os nossos trabalhos sérios e atrativos”, reage o pesquisador.
“Mato Grosso deve ter a sua autonomia de legislar a favor dos seus recursos renováveis e não renováveis. Aquele tempo de dependência do Distrito Federal tem que mudar, como tem que mudar também as ideias retrógradas de “velhos” – que não saem das suas poltronas, desfolhando as páginas amareladas dos seus trabalhos mortos – para os novos que geram o poder e vasculham o nosso país em busca de novas soluções”, afirma Nonato Conceição.
Urias Rocha - Mato Grosso do Sul
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