A Crise nos Correios: Consequência da Inércia do Governo Bolsonaro
Os Correios enfrentam hoje uma das maiores crises de sua história, com um rombo financeiro que compromete não apenas a sustentabilidade da empresa, mas também o futuro de milhares de trabalhadores. O recente acordo firmado para pagar R$ 7,6 bilhões ao fundo de pensão Postalis é apenas a ponta do iceberg de um problema que se agravou devido à negligência do governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro.
O Acordo e o Déficit do Postalis
Em 2023, os Correios assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para quitar parte de uma dívida de R$ 15 bilhões referente ao Plano de Benefício Definido (PBD) do Postalis. Metade desse valor será arcada pela estatal, enquanto a outra metade será dividida entre funcionários, aposentados e pensionistas. O acordo foi necessário para evitar o colapso do fundo, mas a situação poderia ter sido resolvida antes, caso o governo Bolsonaro tivesse agido.
Segundo o Postalis, o equacionamento desse déficit era uma obrigação legal que já deveria ter sido cumprida em 2020. No entanto, a gestão anterior optou por postergar a solução, agravando o problema e deixando a conta para a atual administração.
A Herança Mal Administrada
A crise no Postalis não começou agora. Investimentos mal planejados e a falta de ações concretas para sanear o fundo durante o governo Bolsonaro contribuíram para o aprofundamento do déficit. Enquanto isso, os Correios também enfrentaram desinvestimentos e perda de competitividade, em um momento em que o mercado de logística passava por transformações aceleradas.
A atual gestão dos Correios afirma que está "corrigindo erros do governo passado", mas o prejuízo já está consolidado. Além disso, a empresa desistiu de uma ação judicial que poderia recuperar R$ 600 milhões, demonstrando a complexidade do cenário herdado.
Conclusão: Uma Crise Anunciada
A situação dos Correios e do Postalis é resultado de anos de má gestão e inércia. Enquanto outros países modernizaram seus serviços postais, o Brasil assistiu ao definhamento de uma das suas mais importantes estatais. O acordo firmado em 2023 foi um passo necessário, mas tardio, e evidencia a falta de prioridade que o tema recebeu no governo Bolsonaro.
Agora, cabe ao poder público e à sociedade discutirem não apenas o resgate financeiro dos Correios, mas também um modelo sustentável que garanta sua viabilidade no longo prazo. O preço da omissão já está sendo pago – e quem sofre são os trabalhadores e os usuários dos serviços postais.
Por Urias Rocha
Jornalista independente e membro da ADESG
*Fontes consultadas: Poder360, Postalis e Estadão.*
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