O Dia da Consciência Negra: Um Chamado à Reflexão sobre a Igualdade e a Justiça
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, não é apenas uma data comemorativa, mas um marco para reflexão sobre as injustiças que moldaram nossa história e continuam a influenciar a sociedade. Este é um momento de relembrar as atrocidades cometidas contra o povo negro ao longo dos séculos — um povo saqueado, escravizado, violentado e submetido às mais desumanas condições.
A escravidão no Brasil, que durou mais de 300 anos, foi uma das mais brutais e persistentes do mundo. Milhões de homens, mulheres e crianças foram arrancados de suas terras na África, forçados a atravessar o Atlântico em condições sub-humanas e obrigados a trabalhar até a exaustão em fazendas, minas e cidades. Eles enfrentaram violência física e psicológica, tiveram suas culturas e identidades apagadas, e suas famílias foram destruídas.
Mas a história da escravidão e do racismo estrutural não se restringe ao Brasil. Ao redor do mundo, o colonialismo europeu explorou povos e territórios, promovendo genocídios, violências e desigualdades que reverberam até hoje.
Por isso, o Dia da Consciência Negra não é para celebrar, mas para conscientizar. Especialmente aqueles que, direta ou indiretamente, perpetuaram ou se beneficiaram desse sistema. É um recado aos racistas, passados e presentes, que cometeram e ainda cometem injustiças contra um povo resiliente, cuja força e cultura enriqueceram a humanidade.
É um chamado para reconhecer que a luta pela igualdade não é dos negros, mas da sociedade como um todo. O respeito à igualdade humana não é favor, é dever. Que este dia inspire mais empatia, educação e ações concretas contra o racismo.
Um Minuto de Silêncio pelas Vítimas da Escravidão e suas Heranças
Neste 20 de novembro, não há o que comemorar. Há, sim, o que refletir e homenagear. Façamos um minuto de silêncio por todos os homens, mulheres e crianças arrancados de suas terras, torturados, mortos e transformados em escravos para sustentar sistemas de opressão e desigualdade.
Silenciemos em respeito às famílias desfeitas, às vidas interrompidas e aos sonhos roubados. Um minuto de silêncio também aos que, ainda hoje, enfrentam condições desumanas de trabalho, como a jornada exaustiva de 6x1, que não é tão distante do escravagismo. Este sistema moderno afasta pais de seus filhos, fragiliza laços familiares e perpetua uma lógica que desumaniza o trabalhador.
Este não é um dia de celebração. É um dia para contemplar com respeito e apreço as vítimas da escravidão, um crime contra a humanidade que deixou cicatrizes profundas na história e ainda ecoa em práticas contemporâneas.
Que este silêncio nos leve a ações concretas pela dignidade, pela igualdade e por um futuro onde o trabalho e a vida sejam respeitados em sua plenitude.
Assinado,
Urias Rocha, Jornalista
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