Bomba na praça faz o enterro da anistia e toda e qualquer discussão sobre o tema. |
Após as explosões nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13), os ministros da corte enviaram uma mensagem contundente ao Congresso: "não vamos permitir que ousem discutir a anistia depois disso".
Segundo informações do Blog da Natuza Nery, do G1, houve ligações para importantes líderes da Câmara reforçando a postura de tolerância zero da corte em relação aos atentados. Esse incidente, apoiado por alguns grupos bolsonaristas, pode comprometer o andamento do projeto de lei que busca conceder anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
O episódio também evidenciou a necessidade de fortalecer as políticas de segurança na Esplanada dos Ministérios. Além de proteger o local de manifestações violentas como as de janeiro, será preciso estar preparado para novos atentados isolados, o que torna o cenário ainda mais delicado.
A identidade do homem que morreu após detonar uma bomba em frente ao STF foi confirmada: Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França, ex-candidato a vereador pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O corpo foi encontrado desfigurado, evidenciando as lesões causadas pela explosão.
Um segundo incidente ocorreu próximo à Câmara dos Deputados, quando um carro carregado com fogos de artifício explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara. Ambas as explosões aconteceram com um intervalo de apenas 20 segundos, por volta das 19h30, e já são objeto de investigação da Polícia Federal (PF).
Com a possibilidade de novos ataques, a PF encaminhará o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator da investigação sobre os atos antidemocráticos de janeiro.
“Enterro da anistia”
Em grupos de WhatsApp, deputados bolsonaristas comentaram as explosões, sugerindo que os atentados poderiam inviabilizar o projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro. De acordo com a Folha de S.Paulo, conversas entre membros da oposição indicam o impacto político dos atentados.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) compartilhou uma imagem do suspeito das explosões e escreveu: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp". Em resposta, o deputado Capitão Alden (PL-BA) comentou: "Lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia. Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha!". Outro deputado, Eli Borges (PL-TO), mencionou: "Se tentou ajudar, atrapalhou".
Em outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia retirado o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), anunciando a criação de uma comissão especial para analisá-lo. No entanto, essa comissão ainda não foi formalmente constituída.
Urias Rocha BR
Jornalista MS
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