domingo, 11 de junho de 2023

A BATALHA DE RIACHUELO

Publicado no jornal A UNIÃO edição de hoje 

A BATALHA DO RIACHUELO

Há exatos 158 anos acontecia a “Batalha Naval do Riachuelo”, que teve importância decisiva para o Brasil no  maior conflito armado da América do Sul, a Guerra do Paraguai. Por isso o dia 11 de junho passou a ser considerado a data magna da nossa Marinha. A vitória brasileira defronte a foz do Riachuelo, afluente do Rio Paraná, bloqueou o acesso do Paraguai ao mar, impedindo-o de receber armamentos do exterior. 

A chamada Guerra do Paraguai foi causada pela iniciativa do ditador Francisco Solano Lopez, quando tentou colocar em prática uma política expansionista do seu país, buscando se apossar de terras de nações vizinhas e ter acesso ao mar pelo Porto de Montevidéu. Ele queria anexar ao território paraguaio, tanto o Uruguai, quanto partes da Argentina e das províncias brasileiras do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso.

Naquela oportunidade se iniciava uma nova fase da guerra, tendo ainda cinco anos de duração. Foi assinado, na época, o “Tratado da Tríplice Aliança”, formada pelo Brasil, Argentina e o Uruguai. O Paraguai, no entanto, não tinha condições militares, nem econômicas, para sustentar uma guerra por longo período contra os países platinos. Era um enfrentamento desigual, até em termos de população. Enquanto o Paraguai possuía em torno de 650 mil habitantes, o Brasil já contava com mais de 9 milhões, a Argentina  1  milhão e 700 mil e o Uruguai com pouco mais de 200 mil. 

Em 1864, após a invasão e deposição do ditador Aguirre, do Uruguai, Solano Lopez, em retaliação, decidiu aprisionar, no Porto de Assunção, o navio brasileiro Marquês de Olinda, e atacou Dourados, na província do Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. 

O almirante Barroso era o comandante das forças militares brasileiras. No ano seguinte à batalha do Riachuelo, nova vitória do Brasil ocorreu durante o mais sangrento embate campal da Guerra do Paraguai, a batalha do Tuiuti, registrando uma baixa de treze mil paraguaios, contra cerca de quatro mil dos países aliados. No desenrolar do conflito, o General Manoel Luís Osório,  futuro Marquês de Herval, assumiu o posto de comandante-em-chefe das tropas brasileiras. Por quatro décadas esse episódio seria comemorado como a principal atuação do Exército Imperial Brasileiro. Daí porque a data de 24 de maio, por muito tempo, foi comemorada como o Dia do Exército.

Mas voltemos à Batalha do Riachuelo. A esquadra brasileira não era adequada para operar em águas restritas e pouco profundas como as dos rios Paraná e Paraguai. Isso concorria para que nossos navios encalhassem com facilidade. A vitória brasileira, contudo, só foi obtida graças à manobra de abalroamento das embarcações paraguaias. No decorrer do conflito o Almirante Barroso deu duas ordens por meio de sinalizações de bandeiras, com frases que ficaram famosas: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!” e “Sustentar o fogo, que a vitória é nossa!”. 

Nessa batalha surgiram vários heróis, dentre eles Greenhalgh e Marcílio Dias, cujos feitos ficaram imortalizados pela história, merecendo as justas reverências da Marinha do Brasil, a cada 11 de junho. A Batalha do Riachuelo é considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes vitórias brasileiras da Guerra do Paraguai.

Urias Rocha BR
Jornalista Blog Política Global 

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