O inquérito sobre crimes sexuais contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marcos Marcello Trad (PSD), tem 12 denunciantes até o momento. A investigação corre em sigilo e, segundo a delegada responsável pelo caso, Maíra Pacheco, perto de 20 pessoas já foram ouvidas.
suspeito de assédio sexual, tentativa de estupro, estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual e importunação sexual. São as acusações contra o Politico Marcos Trad. |
“Nós temos, no total, 12 vítimas denunciantes em diversos tipos penais, desde assédio sexual até estupro”, informou Maíra, delegada adjunta da Dean (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), afirmou, para depois ressalvar o segredo de justiça que impede fornecer mais detalhes.
A delegada enfatizou que muitas vítimas têm denunciado o caso por meio do WhatsApp. Ela afirma ser um canal direto em que as mulheres se sentem mais confortáveis para conversar sobre os crimes. Maíra explicou que a denunciante fala diretamente com uma única pessoa e o sigilo é garantido.
O inquérito
Marquinhos, de 57 anos, figura em inquérito policial aberto no mês passado, com 4 vítimas, como suspeito de assédio sexual, tentativa de estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual e importunação sexual. As vítimas têm entre 22 e 31 anos.
Elas disseram ter mantido relações sexuais com o ex-prefeito, inclusive dentro do gabinete dele no Paço Municipal, em troca de dinheiro e promessa de vantagens como emprego público. Uma chegou a ser encaminhada a um programa, o Proinc (Programa de Inclusão Social), destinado a dar oportunidade a jovens de baixa renda, com a contratação para serviços públicos.
Um caso mais antigo, investigado em 2018, envolvia assédio a uma adolescente de 17 anos, na época funcionária do Instituto Mirim. Essa investigação foi concluída e relatada à Justiça, onde foi arquivada por falta de provas.
Defesa
Em nota, a defesa de Marquinhos Trad reforçou ter solicitado a abertura de um inquérito policial para investigar denunciação caluniosa por parte de Carlos Alberto Assis, titular da Agems ( Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), e violação de segredo judicial já que a imprensa teve acesso a algumas informações do inquérito.
A defesa do ex-prefeito também solicitou instauração de inquérito contra o secretário de Estado de Justiça e de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira por abuso de autoridade e ameaça.
(Confira a nota na íntegra no fim da reportagem)
O Primeira Página tentou contato com Carlos Alberto Assis. A resposta recebida foi de que, em respeito ao sigilo dos autos, não haverá comentários, conforme orientação do advogado.
Videira comentou sobre o assunto em uma coletiva de imprensa e reforçou que não se manifestaria mais. A defesa do ex-prefeito disse que todas as denúncias contra Marquinhos surgiram logo após Videira criticar a atuação da Polícia Militar e ser confrontado pelo titular da Sejusp. Isto explica o porquê dele ter pedido abertura de inquérito contra o secretário.
Ao Primeira Página, Antônio Carlos Videira declarou que não foi desrespeitoso nem fez ameaças ao ex-prefeito na conversa.
“Critiquei a forma como ele falou dos policiais em um grupo da segurança pública”, declarou.
Nota
“Desde o dia 22 de julho, quando tiveram pela primeira vez acesso ao inquérito que corre em segredo de justiça, as advogadas de defesa de Marquinhos Trad (PSD), Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, tomaram uma série de medidas jurídicas contra a campanha caluniosa baseada em denúncias falsas. Desde o início de julho, um grupo que quer minar a candidatura do ex-prefeito de Campo Grande ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul vem cooptando moças para prestarem falsas denúncias de assédio sexual e a defesa tem evidências que comprovam a armação.
Trad está sendo vítima de uma ação orquestrada para atingir sua candidatura. O movimento começou na pré-campanha, às vésperas do início do período eleitoral. Marquinhos Trad é o maior interessado no esclarecimento dos fatos. Além de impactar sua vida pessoal, as denúncias têm reflexo na campanha do candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto, com objetivo de interferir no resultado do pleito e, portanto, na democracia, um valor caro ao cidadão sul-mato-grossense.
Ações – Na quinta-feira, 28 de julho, as advogadas de Trad, Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, protocolaram junto à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) um requerimento de instauração de inquérito policial para apurar o crime de denunciação caluniosa praticado por Carlos Alberto de Assis. Em um vídeo obtido pela defesa, uma mulher diz ter recebido oferta de 150 mil reais para apresentar denúncias falsas contra o agora candidato Marquinhos Trad. A mulher conta na gravação que foi Assis quem ofereceu o dinheiro. O vídeo foi juntado pelas advogadas ao inquérito aberto pela polícia civil.
A defesa também pediu à DEAM a instauração de inquérito policial para investigar crime de violação de segredo judicial, referente ao vazamento do inquérito que corre em segredo de justiça, tendo em vista que a imprensa desde o dia 20 de julho já tinha acesso ao seu conteúdo.
Além disso, as advogadas protocolaram junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) uma notitia criminis (notícia de crime) requerendo a instauração de inquérito por crime de abuso de autoridade e a instauração de inquérito por crime de ameaça, ambos praticados pelo Secretário de Estado de Justiça e de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira.
Também na quinta-feira, 28 de julho, Trad entrou na Procuradoria da República do Ministério Público Federal (MPF) com o pedido de instauração de inquérito para apurar abuso de poder político, econômico e crime eleitoral. No pedido, a defesa sustenta que a forma apressada como a investigação está sendo conduzida e o vazamento do inquérito que corre em segredo de justiça são capazes de afetar todo pleito referente às eleições majoritárias de 2022 do Estado de Mato Grosso do Sul, afetando, portanto, a própria democracia.
Por Urias Rocha BR
Via Primeira Pagina
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