Por Urias Rocha - Blog Urias Rocha
O candidato de esquerda Gustavo Petro, 62 anos, venceu a contagem de votos com 40,34% dos votos válidos na eleição presidencial da Colômbia. Como ele não atingiu 50% mais um dos votos, o representante do Pacto Histórico irá para o segundo turno no dia 19 de junho contra o candidato de extrema-direita Rodolfo Hernández, que obteve 28,16%.
Rodolfo Hernández, empresário de direita e ex-prefeito de Bucaramanga, 77 anos, fez um discurso anticorrupção – ao estilo “Lava Jato” no Brasil – conseguiu vencer por mais de quatro pontos percentuais o candidato conservador do establishment, Federico Gutiérrez, que vinha em segundo lugar nas pesquisas.
A título de comparação, Hernández, que foi ao segundo turno, é uma espécie de Jair Bolsonaro que se aparelhou das mídias sociais nessa campanha. Ele mesmo financiou sua campanha, com a riqueza acumulada no comando de sua construtora.
A inesperada vitória de Hernández em segundo lugar mostra uma nação faminta por eleger qualquer um que não seja representado pelos principais líderes conservadores do país, qual seja, a desaprovação do governo neoliberal de Iván Duque.
No primeiro turno, as propostas do líder Petro calcaram-se na proibição da exploração de petróleo e carvão em um país onde os hidrocarbonetos geram metade de toda a receita de exportação, e se opõe a todos os projetos de mineração a céu aberto e fraturamento hidráulico. Em vez disso, ele diz que a Colômbia pode se tornar uma força agrícola movida a energia renovável.
O candidato de esquerda também disse que o Estado deve atuar como “empregador de último recurso”, dando trabalho a quem não consegue encontrá-lo no setor privado. Ele quer fazer as empresas pagarem 70% de seus lucros em dividendos, reformar o sistema de pensões e reformar o banco central.
Petro ainda quer redefinir o relacionamento da Colômbia com os EUA, renegociar seu acordo de livre comércio, repensar a ‘guerra às drogas’ e restaurar as relações diplomáticas com Nicolás Maduro na vizinha Venezuela.
Veja o quadro geral de apuração [99,86%]
Se Gustavo Petro vencer na eleição de 19 de junho e se o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva completar o que seria uma vitória importante nas eleições do Brasil em 2 outubro, as sete nações mais populosas da América Latina – Brasil, México, Colômbia, Argentina, Peru, Venezuela e Chile – estarão todos sob o domínio da esquerda. Também se somam ao polo Honduras e Nicarágua, que recentemente elegeram presidentes.
Por Urias Rocha - Via Sputinik News
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