quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Intolerância aos Pobres e Politicas de inclusão Resultaram no ódio ao PT.

 



Há um fato espantoso, mas analiticamente explicável: o aumento do ódio e da raiva contra o PT. Esse fato vem revelar o outro lado da “cordialidade” do brasileiro: do mesmo coração que nasce a acolhida calorosa vem também a rejeição mais violenta.

Esse ódio é induzido pela mídia sionista e  conservadora e por aqueles que, na eleição, não respeitaram o rito democrático: ou se ganha, ou se perde. Os derrotados procuram por todos os modos deslegitimar a vitória e garantir uma reviravolta política que atenda seu projeto, rejeitado pela maioria dos eleitores.

Para entender, nada melhor que visitar o notório historiador José Honório Rodrigues, em seu clássico “Conciliação e Reforma no Brasil” (1965): “Os liberais no Império, derrotados nas urnas e afastados do poder, foram se tornando, além de indignados, intolerantes” (p. 11).

Esses grupos prolongam as velhas elites que, do Brasil Colônia até hoje, nunca mudaram seu ethos, abominando o povo. Só o aceitam fantasiado no Carnaval.

Lamentavelmente, não lhes passa pela cabeça que as maiores construções são fruto popular: a mestiçagem racial, a mestiçagem cultural, as tolerâncias racial e religiosa, a expansão territorial, a integração psicossocial, a integridade territorial, a unidade de língua e, finalmente, a opulência e a riqueza do Brasil, que são fruto do trabalho do povo. E o que fez a liderança colonial (e posterior)? Não deu ao povo sequer os benefícios da saúde e da educação.

A que vêm essas citações? Elas reforçam um fato histórico inegável: com o PT, os que eram considerados carvão no processo produtivo conseguiram, numa penosa trajetória, se organizar como poder social, que se transformou em poder político, e conquistar o Estado com seus aparelhos. Apearam do poder as classes dominantes. Não ocorreu simplesmente uma alternância de poder, mas uma troca de classe social, base para um outro tipo de política. Tal saga equivale a uma autêntica revolução social.

Isso é intolerável para as classes poderosas, que se acostumaram a fazer do Estado seu lugar natural de se apropriar privadamente dos bens públicos pelo famoso patrimonialismo.

Por todos os modos e artimanhas querem, ainda hoje, voltar a ocupar esse lugar que julgam de direito seu. Seguramente, começam a dar-se conta de que, talvez, nunca mais terão condições históricas de refazer seu projeto de dominação/conciliação. Para eles, o caminho das urnas se tornou inseguro pelo nível crítico alcançado por amplos estratos do povo, que rejeitou seu projeto político de alinhamento neoliberal ao processo de globalização, como sócios dependentes e agregados. O caminho militar será hoje impossível, dado o quadro mundial mudado.

Cogitam a esdrúxula possibilidade da judicialização da política, contando com aliados na Corte Suprema que nutrem semelhante ódio ao PT e sentem o mesmo desdém pelo povo. Por meio desse expediente, poderiam lograr um “impeachment” da primeira mandatária da nação. É um caminho conflituoso, pois a articulação nacional dos movimentos sociais tornaria arriscado e até inviabilizável esse intento.

O ódio contra o PT é menos contra o PT do que contra o povo pobre, que, por causa do PT e de suas políticas sociais de inclusão, foi tirado do inferno da pobreza e da fome e está ocupando os lugares antes reservados às elites abastadas.


terça-feira, 2 de novembro de 2021

Dia dos Finados: mais de 605 mil mortos na pandemia e dia reflexão e dor, mas o presidente passeia pela Itália sem fazer menção aos MORTOS!

 Por Urias Rocha - Mato Grosso do Sul - Brasil 


Na terça-feira, 2 de novembro, Dia dos Finados ou Dia dos Mortos, vem à mente os mais de 605 mil óbitos na pandemia. A CPI da Covid, encerrada no dia 26, apontou o presidente Jair Bolsonaro como primeiro indiciado em ao menos nove crimes.

Confira os nove crimes atribuídos a Bolsonaro:

  • epidemia
  • charlatanismo
  • incitação ao crime
  • falsificação de documentos
  • uso irregular de verbas públicas
  • prevaricação (quando um servidor pública deixa de agir diante de uma irregularidade)
  • crimes contra a humanidade
  • violação de direito social
  • crime de responsabilidade.

A CPI, além de recomendar o indiciamento de Bolsonaro pela prática de nove infrações penais, os três filhos do presidente também não foram poupados pelo relator, que os acusou da prática de incitação ao crime: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Os senadores da Comissão de Inquérito também aprovaram a quebra de sigilo das contas de redes sociais de Bolsonaro, com a acusação de disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news. A CPI pediu ao Supremo Tribunal Federal o banimento dessas contas.

As imputações de boa parte dessas mortes na pandemia podem não prosperar no judiciário, ou seja, o presidente pode ser eximido desses crimes, no entanto, nesse Dia de Finados a sociedade pode refletir e sobre o Fora Bolsonaro. Não como um movimento de gabinetes, de parlamento ou de tribunais. Mas um vigoroso movimento de massas que vise tirá-lo pelo voto popular nas eleições de 2022.

É preciso criar uma onda democrática, nas ruas, pelo Fora Bolsonaro.

O Fora Bolsonaro só faz sentido se esse movimento estiver imbuído da missão de parar as privatizações da Petrobras e da Eletrobras, a entregua do Campo de Libra e as reservas de petróleo a Shell, Exxon e Chevron, Retomar nossa indutria aviônica, retomar nossas platafomas de petroleo, retomar a Base de Alcântara,  revogar as reformas trabalhista e previdenciária, impedir a PEC 32 (reforma administrativa) e revogar a PEC 95 (teto de investimentos), condenar a semi escravização do trabalhador e recuperar os salários e seu poder de compra, enfim, eliminar a fome e a miséria, conter os abusos nos aumentos dos combustíveis.


Urias Rocha BR