'Ação política irresponsável', uma Molecagem a adoção de hidroxicloroquina por Marquinhos Trad.

O ex  ministro que já se posicionou várias vezes contra o uso de substâncias e componentes, exatamente como duas autorizadas pelo município de Campo Grande. Mandetta fez duras criticas e seu parente. 

Mandetta vem adotando o uso crítico de medicamentos não utilizados cientificamente desde quando foi ministrado pela Saúde.

A adoção da hidroxicloroquina e da ivermectina como medicamentos para tratamento da covid-19 em Campo Grande segue as divergências. Dessa vez, o processo já aprovado pelo prefeito Marcos Trad (PSD) e na fase de aquisição de substâncias foi criticado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Primeiro presidente e secretário municipal de Saúde durante a gestão do seu primeiro mandato e irmão de Marcos, o atual senador Nelson Trad Filho, Mandetta revela que o protocolo tem mais questões políticas dos técnicos em sua utilização.

"Mais uma ação política. Em Campo Grande, muita coisa aberta e vê que Marcos vai adotar politicamente esse protocolo. Não parece ter muito fundamento de saúde, onde vários medicamentos estão sob análise, alguns deles com efeitos comprovados. O Marcos sempre foi muito político ", comenta o ex-ministro do Correio do Estado .

Mandetta prossegue sua fala dizendo que vários outros medicamentos, como corticóide, também podem ser testados, mas acabam sendo ignorados na cidade. Ele também fala sobre a automedicação e os riscos do tratamento que variam conforme o paciente.

"Tem um lugar que é um corticóide [usado no protocolo]. A hidroxicloroquina é tão mais uma. Temos que ciência dos efeitos, sabre que quando é mais jovem a probabilidade é igual, mas com uma idade já mais avançada, se você tem algum problema, o remédio pode ser fatal ", frisa, completando.

"É preciso tomar cuidado para pessoas que não entendem, nesse turbilhão de informações, que devem ser automáticas. Precisamos entender que pessoa não é gado e não existe trabalho científico que exija o mesmo procedimento", concluiu Mandetta.

Reações locais

Recentemente, o médico e secretário de saúde geral, Geraldo Resende, também se posicionam contra a adoção do protocolo aprovado por Marcos Trad no tratamento. Em carta aberta, o Hospital Regional - sob presidência de Rosana Melo - seguiu como críticas e revelou que não adotou os medicamentos na unidade.

Hoje, o Hospital Regional é apenas o hospital de referência no tratamento da covid-19 em Campo Grande, centralizando os pacientes com doença e transferindo para outros locais que estão com outras enfermidades - como Santa Casa e Hospital do Câncer.

Na carta, o diretoria aponta ser natural para a população questionar e procurar uma solução diante da pandemia que causa um vírus ainda pouco conhecido e fatal, mas que a unidade não adotou medidas que não usavam embasamento científico.

“O mundo está envolvido na busca de uma terapêutica eficaz, porém, no presente momento, não possuía terapêutica definida, apenas as primeiras medidas de prevenção e suporte necessário para implementar", diz o documento.

A adoção do protocolo pela prefeitura foi fechado em reunião entre o secretário, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) e um grupo de médicos habilitados por Sandro Benites, por coincidência, profissional que atua no Hospital Regional e Chefe de Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) .

Em defesa de sua proposta, ele alega que mais de 10 anos de atuação dele como toxicologista, nunca viu morrer por usar hidroxicloroquina e ivermectina, e que como dosagens a serem administradas são como as que já foram causadas pelas doenças já existentes.

Fonte: Correio do Estado.