O solo (agrícola) é constituído por rocha que sofreu o processo de intemperismo, ar, água e matéria orgânica, formando um mato que recobre a rocha em decomposição.
O solo é a camada mais superficial da litosfera, onde vivem e de onde se nutrem os vegetais. O solo, que não deve ser confundido com o chão, é formado de rocha decomposta, onde se instalou vida microbiana e onde, por meio de uma série de transformações físico-químicas, são criadas condições favoráveis à vida e ao desenvolvimento das plantas. Dependendo da natureza da rocha matriz, do clima e da matéria orgânica em presença, o processo de formação, denominado pedogênese, é lento e complexo. Em espessuras que variam de alguns centímetros a 20-30 metros, o solo parece ter vida, possuindo um verdadeiro ciclo evolutivo. Há solos jovens, maduros e senis. Após ser degradada, exaurida ou simplesmente erodida, a camada do solo dificilmente volta a ser tão fértil como era.
TIPOS DE SOLOS NO BRASIL
Graças a diversidade de seu geologia e feições climáticas, o Brasil possui diversos tipos de solos agrícolas.
Massapé - solo escuro e rico em matéria orgânica, formado pela decomposição do gnaisse e do calcário. É encontrado principalmente na Zona da Mata nordestina. É propício para o cultivo da cana-de-açúcar.
Terra roxa - solo avermelhado ou castanho-avermelhado, de boa espessura e formado pela decomposição de basalto, sendo, portanto, de origem vulcânica. É encontrado principalmente no planalto Meridional brasileiro, sobretudo no Paraná e São Paulo, embora apareça também em terras de Goiás e Mato Grosso do Sul. Foi nesse solo que houve a extraordinária expansão cafeeira.
Salmourão - solo argiloso, geralmente formado pela decomposição do granito em climas úmidos. Apresenta razoável fertilidade e é encontrado no planalto Atlântico e Centro-Sul. Nele, cultivam-se milho e feijão.
Aluviais - solos formados pela acumulação de sedimentos nas várzeas, vales fluviais e depressões. Possui boa fertilidade e nele se cultivam arroz e feijão.
Intemperismo Físico ou Desagregação Mecânica
Na superfície da crosta terrestre, as rochas expostas estão sujeitas à grande variação diuturna e/ou anual de temperatura. Portanto, há grande variação no seu volume, decorrente da dilatação e contração dos minerais que as constituem. Essa dinâmica rompe e divide a rocha em fragmentos cada vez menores.
Intemperismo ou Decomposição Química
Decorre da reação química entre a rocha e soluções aquosas. Caso a rocha tenha sofrido prévio intemperismo físico, a decomposição química se acelera por atuar em fragmentos da rocha, ou seja, a superfície de contato aumenta.
O intemperismo (químico ou físico) está diretamente relacionado ao clima. Na região Amazônica, onde a pluviosidade é elevada e a amplitude térmica pequena, há intensa ação química. No Deserto do Saara, onde a pluviosidade é baixíssima e a variação diuturna de temperatura muito alta, há intensa ação física, decorrente da variação de temperatura.
Ao sofrer intemperismo, a rocha adquire maior porosidade, com decorrente penetração de ar e água. Isso cria condições propícias ao surgimento de vegetação e ao consequente fornecimento de matéria orgânica ao solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade.
Horizontes do Solo
A matéria orgânica, fornecida pela flora e fauna decompostas, é encontrada principalmente na camada superior da massa rochosa intemperizada que, tendo recebido ar, água e matéria orgânica, transformou-se em solo agrícola. Essa camada superior é o Horizonte A. Logo abaixo, com espessura variável relacionada ao clima, há rocha intemperizada, ar, água e pequena quantidade de matéria orgânica - Horizonte B. Em seguida, há rocha em processo de decomposição - Horizonte C - e, finalmente, a rocha matriz - Horizonte D - que originou o manto de intemperismo, ou solo, que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica.
Observação: Solos sedimentares ou aluvionais não apresentam horizontes.
Problemas dos Solos
Há diversos problemas que afetam os solos brasileiros: erosão, esgotamento, laterização e lixiviação.
Esses problemas são de grande intensidade e decorrentes das características climáticas (climas quentes e úmidos) e das técnicas agrícolas empregadas (técnicas rudimentares de cultivo). Várias medidas, apesar de limitadas, são tomadas para combater tais problemas. Exemplos: terraceamentos, curvas de nível, adubos, irrigação e reflorestamento. Tais práticas são mais comuns nas regiões Sudeste e Sul.
Erosão Superficial
Erosão e esgotamento dos solos são provocados, sobretudo, pelas características climáticas predominantes no país, isto é, pela concentração de chuvas durante o verão. Tais fenômenos são também causados pelo predomínio de técnicas rudimentares de cultivo.
Intemperismo - Transporte - Sedimentação.
Depois de sofrerem intemperismo, os fragmentos de rocha são transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo. O horizonte A é o primeiro a ser desgastado e a erosão acaba com a fertilidade natural do solo.
A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água: quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade de a água transportar material em suspensão, e, quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação.
A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno - em áreas planas, a velocidade é baixa - e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta, a velocidade é baixa, pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) à sua frente e, portanto, a infiltração de água no solo é alta. Em uma área desmatada, a velocidade de escoamento é alta e, portanto, a infiltração de água é pequena.
Urias Rocha
Universidade Católica dom Bosco
FUCMAT
Ulbra
Uniasselv
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