A HISTÓRIA DO HOMEM EM SEU AMBIENTE
Quando os primeiros homens começaram a praticar a agricultura, há uns 10 mil anos, o mundo inteiro tinha apenas cerca de 5 milhões de habitantes. Em termos comparativos, era como se os moradores da cidade do Rio de Janeiro, espalhados por todos os continentes, fossem os únicos habitantes da Terra. A agricultura fixou o homem ao solo e, aumentando a oferta de alimentos, diminuiu a mortalidade por inanição. Hoje, como herança de enorme vergonha, a fome é, ainda, uma das principais causas de mortalidade no mundo.
Após o advento da agricultura, nos oito milênios seguintes, a população mundial cresceu pouco: chegou a uns 130 milhões de pessoas - no início do primeiro milênio - menos do que a população brasileira atingiu em 400 anos.
Em 1650, havia no mundo meio bilhão de habitantes, que ancorados pela Revolução Industrial e pelos avanços da medicina - proporcionando maior longevidade à população - desencadeou a explosão populacional que estamos atravessando. Em 2016, atingimos a marca de 7,2 bilhões de habitantes no planeta, segundo as estatísticas da Organização Mundial de Saúde. Em 2016,
A previsão é de que o aumento continue, com velocidades diferentes nos diversos continentes, até atingir a transição demográfica, ocasião em que a população passará a diminuir. O tempo para que isso ocorra está subordinado ao planejamento familiar, fazendo com que cada pessoa só tenha os filhos que desejar. A causa principal das "gestações indesejadas" é a falta de informação e de meios para evitar filhos, ou seja, uma associação entre ignorância e pobreza.
Retrospectiva
A análise das relações do homem com o ambiente, desde seus primeiros dias até a época atual, permite reconhecer basicamente quatro fases:
A primeira - do caçador-coletor - é, disparadamente, a mais longa. Se considerarmos o Homo erectus, o primeiro a se servir do fogo, essa fase iniciou-se há cerca de 500 mil anos. Se for considerado apenas o Homo sapiens sapiens - o homem na sua fase atual - a contagem pode ser iniciada há 35 mil anos, com o Homem de Cro-Magnon.
Nesse período o homem usava ferramentas de pedra lascada e vivia em bandos nômades, acompanhando rebanhos de caça. Assemelhava-se aos outros animais, diferindo pela capacidade de manipular o fogo, o que permitia habitar zonas de outro modo inóspitas para a sobrevivência. O Homo erectus, conquistador do fogo, é o primeiro hominídeo a abandonar a África, lar dos australopitecos e do Homo habilis por vários milhões de anos.
Antes do uso do fogo, o impacto da humanidade - ou pré-humanidade, como preferem alguns - sobre o meio ambiente era nulo. Estes hominídeos gastam energia para se manter, crescer e reproduzir como qualquer outro mamífero de grande porte, quanto ao consumo de calorias por dia, à custa de sua ação para obter carcaças de outros animais, frutos, raízes, brotos tenros.
Quando começa a usar o fogo, a humanidade inaugura um novo tipo de consumo energético que a distingue, quantitativamente, dos outros animais de sangue quente, com peso semelhante ao seu. Pelo que sabemos da cultura do homem da Idade da Pedra, e também utilizando informações provenientes do estudo de tribos atuais que ainda vivem da caça e coleta de alimentos, sem agricultura, calcula-se que a quantidade de quilocalorias gasta por dia por nossos antepassados caçadores-coletores era por volta de 2.600.
Por volta de 12 mil anos passados, as geleiras estavam recuando e, com isso a fauna à qual o Homem de Cro-Magnon estava ligado ia se deslocando para o norte da Europa e Ásia e ele seguia atrás de seu principal alimento.
A vegetação começou a mudar no sul da França e da Espanha, ao longo do Mediterrâneo de modo geral. Desenvolveu-se aí nova cultura, principalmente na beira de rios, que se utilizava muito da pesca e da caça a aves migratórias, como patos, gansos e marrecos. Este é o homem que inventa o arco e flecha, pois o Homem de Cro-Magnon só linha lança. Também constrói embarcações e muitos tipos de armadilhas.
Há cerca de 10 mil anos - segunda fase - começam as primeiras experiências de domesticação de animaisque lhe convinha (pastoreio) e a agricultura de subsistência. De acordo com os registros conhecidos, elas ocorreram primeiro no Oriente Médio, principalmente em Israel, Síria e Jordânia e, algumas centenas de anos depois, no Novo Mundo.
É dessa época a domesticação do cachorro. Esse animal mudou muito a maneira de caçar. O cachorro passou a ser a extensão dos sentidos do homem, pois fareja e descobre a caça melhor do que o homem.
O cultivo de plantas e a criação de animais fizeram com que a energia alimentar se tornasse mais concentrada, resultando em economia de trabalho na busca de alimento. O homem aumentou sua eficiência em utilizar biomassa do ambiente e, dispende menos tempo em procurar comida, usando boa parte deste tempo nas atividades de manipulação e armazenamento do excedente de produção a ser estocado para os períodos de carência. Além da lenha para os fogões lareiras, sem dúvida agora mais ativos, é também necessário obter combustível para os fornos das olarias.
Estima-se que o consumo energético per capita das sociedades de 10 mil anos atrás estava ao redor de 4.700 Kcal, e que a população mundial andasse em torno dos 8 milhões de habitantes. O impacto sobre o ambiente passa a ser bem maior.
Publicações relativamente recentes indicam os resultados do estudo dos vestígios de uma das mais antigas vilas do mundo: Ain Ghazal (Primavera das gazelas), localizada na Jordânia. Sua formação data de 9.500 anos antes de Cristo e, provavelmente, esse local testemunhou uma transição fundamental na pré-história do homem: a passagem da vida nômade de caçador e coletor para a vida sedentária, de agricultor e criador de animais.
Esses resultados levaram a uma nova visão da vida pré-agrícola do homem e do início da vida agrícola. Até então, pensava-se que a domesticação das plantas e dos animais havia causado uma revolução no modo de vida do homem, tornando-o sedentário e habitante de moradias permanentes; isso teria levado os grupos humanos a uma vida social e cultural mais complexa. Em outras palavras, a revolução agrícola sempre foi considerada um marco entre uma organização socioeconômica simples de sobrevivência e outra mais complexa.
No entanto, a análise dos vestígios encontrados mostra que essa vila da Jordânia se estabeleceu antes da domesticação de plantas e animais. Isto não significa que, em outros locais, a domesticação de plantas e animais não tenha antecedido a formação de vilas.
Nessa antiquíssima vila localizada na borda da floresta do Mediterrâneo, a população dispunha de grande fartura de cereais, legumes e outros vegetais em estado selvagem. O lugar também era rico em caça, devido à sua localização na rota de migração das gazelas que vinham do sul a cada primavera. Portanto, a clássica suposição de que caçadores e coletores eram necessariamente nômades pode ser contestada. Está se tornando evidente que, para muitos grupos humanos, houve exploração dos recursos naturais na ausência da agricultura e na presença de vilas.
Com a fixação em locais favoráveis e uma quantidade maior de alimento, a população humana começou a crescer. Foi durante esse período que se desenvolveram os primeiros aglomerados humanos merecedores do nome de cidades. As mais antigas de que se tem notícias parecem ser Jericó (Oriente Médio) e Arapas (Mesopotâmia), por volta de 8.500 anos atrás. Os grandes aglomerados fixos surgiram em vales de grandes rios, como Tigre, Eufrates, Nilo, Indo, Amarelo, onde havia melhores condições para a agricultura. Pouco depois surgiram as cidades da América Central.
A terceira fase é caracterizada pela urbanização. Na verdade, para a humanidade como um todo, essa fase nunca se completou. As regiões mais áridas do Velho Mundo, ou seja, as bordas dos desertos da África e da Arábia e as grandes estepes da Ásia Central, constituem, desde os tempos pré-históricos, o lar de tribos nômades de pastores, enquanto as florestas densas do Velho Mundo e das Américas ainda servem de abrigo a povos que vivem da caça epequena agricultura de subsistência.
Nos locais mais propícios à agricultura, os povoados e vilarejos foram crescendo até constituírem grandes civilizações como a da Mesopotâmia e do Egito, por volta de 5.500 anos atrás, ou 3.500 a.C., para usar a medida que marca o início da história, o registro do "homem civilizado".
Para avaliar o impacto desta fase da humanidade, está disponível mais uma fonte de informações - a palavra escrita - a história das primeiras metrópoles. Dentro de suas muralhas notam-se os sinais de muitos fogos. Aos fornos das olarias juntam-se os das forjas dos ferreiros, caldeireiros, sopradores de vidro e outras oficinas.
O ambiente agora não oferece apenas a biomassa dos rebanhos e das colheitas, mas também matérias-primas minerais. Aumenta a importância das minas e jazidas, ou, na linguagem de hoje, dos recursos não renováveis. O impacto causado sobre o meio ambiente por cidades como Tebas, Nínive ou Babilônia é mais ou menos equivalente ao de Atenas, Roma ou Constantinopla e persiste na mesma medida até além da Idade Média.
Estima-se em 11.000 Kcal o consumo calórico per capita dessa fase e a população, na época dos grandes descobrimentos, em 400 milhões de almas. Assim, pode-se deduzir que o impacto tornou-se imensamente maior do que o causado pelo "caçador artista".
Com o aparecimento das cidades, modifica-se a organização social e energética do homem: formam-se os grupos dos que cuidam da produção e dos que consomem sem produzir, efetuando, porém, outros serviços.
A quarta fase é a da tecnologia moderna. Como na fase anterior, a mudança deu-se por etapas, sendo que em muitos locais ainda está ocorrendo. Contudo, devido à capacidade de atuação do homem tecnológico, os efeitos agora se fazem sentir em escala planetária. Podemos marcar o início desta fase com a Revolução Industrial, ocorrida na Europa e nos Estados Unidos há aproximadamente 180 anos.
Da época dos descobrimentos até o final do século XVIII, o consumo energético per capita cresceu mais 1.600 Kcal, somando 12.600. As forjas e fundições, já aperfeiçoadas desde a transição do uso do bronze para o do ferro, produzem agora aço. A lenha, um recurso renovável, começa a ser substituída por não renováveis, inicialmente o carvão mineral. A população mundial encontra-se na casa dos 800 milhões de pessoas e o impacto multiplicou-se milhares de vezes em relação ao inicial, porém ainda não existem automóveis, nem a luz elétrica, e o crescimento da população é, por enquanto, relativamente lento.
As cidades continuam a se desenvolver lentamente e o crescimento da população humana ao longo do tempo é mais ou menos uniforme e lento até a Revolução Industrial, que marca o início da grande explosão populacional humana.
As causas da aceleração na taxa de crescimento que leva à explosão demográfica giram em torno de dois parâmetros populacionais: as taxas de natalidade e de mortalidade. Muitos autores acreditam que, pelo menos na Europa, onde se iniciou a Revolução Industrial, uma série de mudanças contribuíram para diminuir a taxa de mortalidade, tais como maior disponibilidade de alimento e melhoria nas condições sanitárias. A ênfase é dada ao primeiro fator por uns - melhoria das técnicas agropecuárias - e ao segundo por outros - controle de moléstias infecciosas, principalmente varíola e tuberculose.
Por outro lado, alguns autores afirmam ter havido um aumento na taxa de natalidade em função de mudanças sociais. O lento crescimento da população humana nas fases pré-industriais estaria relacionado à força das tradições. A Revolução Industrial trouxe uma alteração na estrutura familiar, promovendo a queda de numerosos tabus, principalmente ligados à atividade sexual, que serviam para manter estáveis as culturas tradicionais.
As mudanças europeias refletem-se em todo o mundo através do colonialismo: a "nova ordem" levada às sociedades não industrializadas rompe as tradições ancestrais e, na maioria dos casos, não cria valores substitutos, conduzindo-as à miséria e à insegurança. Destruídos os mitos reguladores, para sobreviver ao caos psicológico, as populações do "hoje" denominado Terceiro Mundo foram forçadas a procurar novas formas e estratégias de segurança. Uma delas é a de ter mais filhos, que possam, à custa de seu trabalho - ou muitas vezes de esmolas ou furtos - garantir o sustento da família.
Expectativas e reflexões
A população atual, com seus 7,2 bilhões de seres humanos, representa um triunfo de nossa espécie. O homem é, sem dúvida, o animal dominante do planeta. A espécie humana encontrou meios de aumentar sua taxa de crescimento, criando a explosão populacional - também um sucesso em termos biológicos - e, sua capacidade de dominar o tempo, o espaço e a energia representa indiscutivelmente um triunfo cultural. No entanto, esse triunfo - grande orgulho dos cidadãos da primeira metade do século, causa hoje preocupações e dúvidas. Pois, vivemos num planeta limitado e nos comportamos como se os recursos fossem infinitos.
A biosfera como um todo, apresenta na base das pirâmides, um único nível trófico, o dos produtores. A história da vida revela uma sequência de predadores cada vez mais eficientes, com alto metabolismo energético e repertório comportamental cada vez mais elaborado, até chegar ao triunfo da espécie humana.
O homem interfere hoje praticamente em todas as cadeias alimentares do planeta. A energia do Sol, captada pelos produtores, vai sendo transferida de nível para nível até chegar ao homem, instalado no alto da pirâmide alimentar. É bom lembrar que o homem não consome energia apenas ao se alimentar, pois a cultura humana utiliza para outros fins os seres que estão ou já estiveram inseridos nas teias alimentares do planeta.
É muito importante considerar também que, na pirâmide alimentar, uma grande quantidade de seres precisa ser comida para que os do degrau seguinte obtenham energia. Evidentemente, os que comem têm de ser em menor número do que os que são comidos, pois de outro modo estes seriam rapidamente levados à extinção por falta de oportunidade de reposição através de reprodução. À medida que uma população cresce, cresce também sua demanda sobre as teias alimentares.
A reflexão sobre o impacto do crescimento da população humana sobre as teias alimentares e os seus recursos, deve levar em conta, basicamente, dois tipos de curvas que expressam os crescimentos populacionais. Uma delas, a chamada curva em S, ou sigmoide, mostra a população que, no início, cresce lentamente e, depois, explorando as possibilidades favoráveis do ambiente, passa a crescer rapidamente, até atingir um clímax, que expressa a potencialidade máxima desse ambiente. Aí, então, a população entra em equilíbrio com o ambiente e a curva se estabiliza formando um platô.
Outra é a curva em J, ou curva em pico, na qual a população mostra, inicialmente, um crescimento lento, depois rápido, explosivo, até atingir um ponto onde o ambiente não suporta mais aquela enorme quantidade de organismos e há uma mortalidade drástica, uma redução a um nível mínimo, seguida eventualmente de extinção ou de reflorescimento.
No momento, a população humana continua crescendo. Será que ela vai se estabilizar e atingir um platô ou vai chegar a uma situação de catástrofe e decrescer subitamente? Ainda não sabemos o que vai acontecer e as opiniões variam a esse respeito! Uns acham que caminhamos para um desastre e outros, que têm fé na capacidade do homem, acreditam que tudo vai se resolver da melhor maneira. Estes dois grupos foram rotulados como "apocalípticos" e "integrados" e atualmente travam caloroso debate.
AGROPECUÁRIA - SISTEMAS AGRÍCOLAS
AS ATIVIDADES AGRÍCOLAS
Todas as fases da plantação - a preparação do solo, a colocação das sementes, a utilização de adubos, a eliminação das pragas, a colheita e a venda dos produtos vegetais no mercado - são chamadas de atividades agrícolas. Estas se dividem em dois tipos: agricultura de subsistência e agricultura comercial.
AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA
Produção pequena
- Produção, em grande parte, consumida pelos próprios produtores
- Em caso de excedentes, produção vendida para comércio local
AGRICULTURA COMERCIAL
Grande produção para mercados amplos
De acordo com a quantidade de produtos plantados, dois são os tipos de agricultura:
monocultura - plantação comercial de um único produto
policultura - produção comercial ou de subsistência de vários vegetais
Conforme o tamanho e o aproveitamento das terras, quatros são os tipos de propriedades rurais:
TIPOS DE PROPRIEDADES RURAIS
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Pequena propriedade - pequena extensão de terra com produção relativamente alta
Minifúndio - pequena extensão de terra com baixa produção Latifúndio - grande extensão de terras com baixa produção Grande propriedade - grande extensão de terras com alta produção |
OS MODELOS AGRÍCOLAS
Dois são os tipos de modelos agrícolas: o intensivo e o extensivo.
A agricultura intensiva emprega capitais, tecnologia, mecanização e mão de obra qualificada. Em contraste ao sistema extensivo, a agricultura intensiva é caracterizada por capitalização e por um alto índice de produtividade. O sistema intensivo apresenta as seguintes características: uso permanente do solo, rotação de cultivos, uso de fertilizantes, seleção de sementes, seleção de espécies, mecanização, grande rendimento, alta produção por hectare e mão de obra qualificada.
A agricultura intensiva ocorre em áreas que apresentam alto custo da terra. Isto é, a exploração desses terrenos ocorre por meio da aplicação intensiva de trabalho, capital e tecnologia, visando à maior rentabilidade do solo. Esse tipo de agricultura esgota os solos, que se tornam pobres, conduz ao aparecimento de pragas e requer um intenso uso de agroquímico. Quanto à produção pecuária, os animais são mantidos em espaço fechado e alimentados à base de ração.
A agricultura extensiva é caracterizada por pouco capital, pouca tecnologia, técnicas agrícolas rudimentares e mão de obra não qualificada e escassa. Apresenta baixos índices de exploração de terra e baixa produtividade. As técnicas utilizadas são bastante rudimentares. Há pouco ou até nenhum adubo. Esse tipo de agricultura pode ser encontrado em pequenas propriedades e também em grandes propriedades onde predomina a mão de obra humana e há baixa mecanização. Quanto à produção pecuária, os animais pastam em áreas extensas.
Tais definições não estão necessariamente associadas ao tamanho de uma propriedade ou à área de cultivo. Uma pequena propriedade pode apresentar elevados índices de produtividade. Por outro lado, um grande latifúndio pode apresentar baixos índices de produtividade.
Tabela 1. Problemas ambientais locais e externos da agricultura
Efeitos Locais
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Efeitos Externos (externalidades)
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Efeitos Globais (externalidades)
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Agricultura Intensiva
(áreas de alto potencias)
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Degradação do Solo
(salinidade, perda de material
orgânica)
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•Enfraquecimento dos lençóis freáticos
•Poluição de agro químicos
•Perda de Biodiversidade Local (natural
e agrícola)
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•Emissão de gases do efeito estufa
•Doenças animais
•Perda in situda diversidade do cultivo
e da genética animal
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Agricultura Extensiva
(áreas menos favorecidas)
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Enfraquecimento dos nutrientes
Efeito local da erosão dos solos
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•Efeitos da erosão do solo rio abaixo
(assoreamento dos reservatórios)
•Mudanças hidrológicas (por exemplo, perda
de retenção da água em áreas rio acima)
•Degradação de pastagens em áreas de
propriedade comum
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•Sequestro de carbono reduzido (stocks)
por causa da desflorestação e emissão de
dióxido de carbono das queimadas de
florestas
•Perda de biodiversidade
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Fonte: World Bank http://siteresources.worldbank.org/INTWDRS/Resources/477365-1327599046334/8394679-1327608078139/8395545-1327610544368/04_Environment_Alex-portuguese.pdf
No interior desses dois sistemas existem muitas modalidades de agricultura: tais como a jardinagem, a rotativa, a nômade, a "plantation" e a agricultura mecanizada.
CARACTERÍSTICA DA JARDINAGEM
- Feita em canteiros ou jardins
- Uso de pouca terra
- Utilização de pouca mão de obra
- Exemplos de jardinagem: horticultura (produção de verduras) e floricultura
- A jardinagem é muito comum em certos países da Ásia, principalmente na China e no Japão
AGRICULTURA ROTATIVA
O terreno é dividido em duas partes. Numa, ao longo de um ano, planta-se, por exemplo, soja; noutra planta-se trigo. No ano seguinte, são trocadas a produção para que as terras estejam sempre recuperadas. A Europa Ocidental é a região onde mais de adota a agricultura rotativa.
AGRICULTURA NÔMADE
Modo de plantio muito usado nas áreas mais pobres, caracterizando-se por plantios itinerantes, pois os agricultores vivem mudando de lugar para lugar, saindo de terras cansadas pela utilização de técnicas de plantio erradas, como queimadas por exemplo, que desgastam os solos.
PLANTATION
- Latifúndio monocultor dedicado à produção de gêneros primários e voltada ao mercado externo.
- Foi o sistema agrícola utilizado, a partir do século XVI, na colonização dos países americanos pela Europa.
- Largamente difundida nas nações subdesenvolvidas, particularmente na África Negra e em alguns lugares do continente Asiático.
- Mão de obra escrava, ou semiescrava ou com salários baixos. Em certas regiões, o trabalho é "pago" por moradia ou alimentação, sem salários em dinheiro.
AGRICULTURA MECANIZADA
- Intenso uso de equipamentos e máquinas agrícolas.
- Grande produtividade.
- Pouca mão de obra com elevado salário.
- Proprietários capazes de grandes investimentos.
Nos países pobres, nas regiões onde se utiliza agricultura mecanizada ocorre grande êxodo rural. Esse tipo de atividade agrícola exige grande especialização técnica. Isso provoca a ida de trabalhadores rurais sem estudo e pouco adaptados aos modernos equipamentos e técnicas agrícolas para as cidades. Aí, ou ficam desempregados ou subempregados, muitas vezes partindo para atividades criminosas, fator da crescente violência urbana.
HISTÓRICO DA QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL
Ao estudarmos o histórico da posse agrária no Brasil, podemos entender melhor a realidade problemática da distribuição de terras em nosso país. O caráter aristocrático dos grandes latifúndios no Brasil é uma herança do sistema colonial. De fato, o “movimento dos sem-terra” não é recente e data do início da colonização do Brasil.
A Estrutura Agrícola do Brasil Colonial (1500 –1822)
O sistema produtor açucareiro implantado no Brasil foi baseado no regime de concessão de sesmarias. Portugal propositalmente excluiu as camadas médias e populares do processo de colonização do Brasil. O motivo disto é que Portugal considerava o Brasil uma fonte de bens de exportação que seriam vendidos nos mercados europeus. Portanto, Portugal concedia terras apenas às pessoas detentoras de grandes capitais. Para se adquirir posses territoriais no Brasil, era necessário ter muito dinheiro ou conseguir empréstimos de bancos holandeses. Pela “Lei das Sesmarias”, só podia obter propriedades fundiárias quem tivesse posses para cultivá-las. Efetivamente, nos primeiros momentos do processo de colonização do Brasil, a pequena propriedade – o minifúndio, baseado no trabalho individual ou familiar de pequenos agricultores – não teve a possibilidade de se desenvolver. Foram inúmeros os obstáculos que impediram a formação, em nosso país, de uma comunidade de pequenos e médios proprietários de terra.
Aos olhos de Portugal, a existência de minifúndios contradizia o propósito real dos esforços de colonização do Brasil, cuja produção era voltada aos mercados externos. A pequena propriedade, em função de seus recursos limitados, resultaria, inevitavelmente, na produção orientada para a subsistência de seus próprios lavradores. O latifúndio, ao eliminar a pequena propriedade, tornou-se a base da colonização do Brasil.
A colonização do Brasil teve a “plantation” como modelo de produção. A produção nas “plantations” era realizada em grande escala, utilizando mão de obra escrava e destinada aos mercados europeus. A definição do sistema de “plantation” é a seguinte: é um modelo latifundiário monocultor dedicado à produção voltada ao mercado externo, utilizando mão de obra escrava ou semiescrava. Os poucos trabalhadores que são pagos nas “plantations” recebem baixíssimos salários.
1822-1850
Em 1822, ano da independência do Brasil e, posteriormente em 1850, vigorou no País o sistema de posse livre em terras devolutas. O Império não havia criado leis que regulamentassem o acesso à propriedade e não havia cartórios ou registros de imóveis. Portanto, ao longo desse período, a terra não tinha valor de venda, apenas valor de uso; isto é, a terra valia o que fosse cultivado nela e vendido.
Mesmo assim, não surgiram no Brasil pequenos e médios proprietários de terra. A escravidão impedia os negros de adquirirem propriedades rurais e os poucos imigrantes que vinham ao Brasil se estabeleciam nas cidades.
1850 - 1930
Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos no Brasil, resultou no aumento da imigração ao País. Trabalhadores – a maioria deles europeus – vieram ao nosso país devido às novas oportunidades de trabalho. Com o fim do tráfico de escravos no Brasil, faltava mão de obra nas lavouras.
Em 1850, o governo brasileiro criou a Lei de Terras, que tinha o objetivo de impedir que imigrantes europeus tomassem posse das terras devolutas. A Lei de Terras determinava que todas as terras devolutas passariam a pertencer exclusivamente ao Estado e que elas seriam vendidas apenas em leilões. A criação desses leilões beneficiou os grandes proprietários, pois eles possuíam muito mais recursos do que os imigrantes que tinham vindo ao Brasil em busca de trabalho. A Lei de Terras foi uma das principais culpadas pela sustentação dos grandes latifúndios no Brasil.
O dinheiro arrecadado pelo governo nos leilões era usado para atrair imigrantes para o Brasil, pois havia uma falta de mão de obra nos latifúndios. O governo empregou propaganda enganosa para atrair imigrantes ao País. No Brasil, esses europeus foram recebidos hostilmente, sendo levados para trabalhar em fazendas onde recebiam baixíssimos salários e logo se tornavam endividados. Muitos deles se tornaram semiescravos. Alguns países europeus chegaram a praticamente proibir a emigração de seus cidadãos ao Brasil.
1930 – Hoje
Em 1930, a crise mundial causada pela brusca queda na Bolsa de Valores de Nova Iorque afetou o sistema agropecuário brasileiro. Antes da crise, a produção agrícola brasileira era quase inteiramente voltada ao mercado externo. Quando a maioria de outros países não mais podia consumir os bens brasileiros, a produção agrícola nacional se voltou ao mercado interno. Isso serviu de incentivo para que os pequenos produtores brasileiros se desenvolvessem. De fato, durante esse período de tempo, houve um aumento no número de pequenos e médios produtores rurais no Brasil. Com a crise na exportação de produtos agrários e com o desenvolvimento da indústria brasileira, muitos grandes proprietários venderam suas terras e passaram a se dedicar a atividades industriais.
Apesar do crescimento no número de pequenos e médios proprietários de terra, a desigualdade social e econômica no campo continuou sendo um enorme problema brasileiro. Desde os anos 1950, a reforma agrária é amplamente discutida no País; porém, pouco foi feito para que ela fosse implantada de forma eficiente e justa.
O sistema de “plantation” e os grandes latifúndios ainda fazem parte da realidade de nosso país. Em certas regiões, o trabalho é “pago” em forma de moradia ou alimentação. Esse sistema semiescravo de trabalho ocorre em várias plantações de cana-de-açúcar e café no Brasil. Não é apenas a distribuição de terras que é injusta; os salários pagos e o tratamento que recebem os lavradores são motivos de vergonha para o Brasil.
AGRICULTURA BRASILEIRA
As atividades econômicas agrárias, também denominadas primárias, são aquelas próprias do meio rural: agricultura, pecuária e extrativismo. Estão voltadas para a produção de alimentos ou de matérias-primas a serem transformadas pela atividade secundária, isto é, a indústria.
Vários fatores foram responsáveis pelo avanço da agricultura brasileira: vasta extensão territorial nacional, abundância de sol, água e outros recursos naturais, desenvolvimento tecnológico, crescimento da produtividade das lavouras, diversidade de produtos e aumento da demanda dos países asiáticos.
A importância da agricultura no Brasil
Em 2012, o agronegócio no Brasil empregava cerca de 37% da mão de obra do país, ou seja, da PEA (população economicamente ativa). Estima-se que em 2013, o agronegócio será responsável por 23% do PIB (produto interno bruto) brasileiro. O agronegócio é responsável por cerca de 44% da renda das exportações nacionais (2013).
A importância da agricultura brasileira é observada sob dois principais aspectos: o abastecimento da uma população urbana que cresce em ritmo acelerado e a geração de excedentes para exportação.
O Censo Agropecuário de 2006 revela que os 5.175.489 estabelecimentos agropecuários ocupam 329.941.393 hectares, o que equivale a 36,75% do território brasileiro (851.487.659 hectares). Houve uma redução de 6,69% na área ocupada pelos estabelecimentos em relação ao censo anterior (1995-1996). Isso significa uma queda equivalente a 23.659.882 hectares na área total dos estabelecimentos agropecuários.
O Brasil importa alimentos como arroz, pescado, produtos lácteos e trigo. Este é o de maior valor e relevância.
O governo brasileiro oferece créditos rurais e incentivos à agricultura e criou vários programas visando ao crescimento da agricultura e do agronegócio. Contudo, em algumas áreas do Brasil, persiste ainda a baixa produtividade e há subemprego e pobreza no campo. O planejamento agrário deve, portanto, servir como um modificador da ocupação e expansão do espaço agrícola. As áreas mais adequadas para o plantio devem ser identificadas e adequadas para que haja máxima produtividade e rentabilidade. Ao mesmo tempo, é sempre importante considerar os impactos ao meio ambiente, procurando preservá-lo e desenvolver uma política agrária visando ao desenvolvimento sustentável.
O Brasil ainda apresenta uma grande concentração de terra nas mãos de poucos. Segundo o Censo Agropecuário (2006 – 2007), 15% dos proprietários de terra possuem mais de 75% da área produtiva do país.
Apesar de o Brasil ser muito rico em terras cultiváveis, o país luta contra a fome. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), nas últimas duas décadas houve uma redução na taxa de brasileiros subnutridos – de 15% para 6.9% da população. Contudo, 30% dos lares brasileiros ainda apresentam algum grau de insegurança alimentar.
Sistemas agrícolas de produção
A agropecuária é classificada como intensiva ou extensiva. A intensiva emprega capitais, mecanização e mão de obra qualificada. Há capitalização e um alto índice de produtividade. Já a extensiva é caracterizada por pouco capital, pouca tecnologia, técnicas agrícolas rudimentares e mão de obra reduzida, apresentando baixos índices de exploração da terra e baixa produtividade. Essas definições não estão necessariamente associadas ao tamanho de uma propriedade. Uma pequena propriedade pode apresentar elevados índices de produtividade ao passo que um grande latifúndio pode ter baixos índices de produtividade.
No Brasil, há vários tipos de sistemas agrícolas aplicados no campo.
Sistema Extensivo
O sistema extensivo é caracterizado pela utilização de mão de obra escassa e não qualificada e por pouco rendimento em grandes extensões de terras.
Algumas práticas do sistema extensivo são o desflorestamento e o esgotamento e rotação de solos. Já que as técnicas utilizadas são bastante rudimentares e há pouco ou nenhum adubo, a terra é esgotada e, posteriormente, abandonada. No Brasil, esse sistema, também conhecido como sistema de roça, é largamente encontrada. Resulta em agricultura de baixos rendimentos e produção irregular.
Plantation
Plantation – latifúndio monocultor dedicado à produção de gêneros primários e voltada ao mercado externo – foi o sistema agrícola utilizado, a partir do século 16, na colonização dos países americanos pela Europa. Esse sistema se caracteriza pelo emprego de volumosos capitais para a produção em larga escala de monoculturas voltadas para a exportação e pela utilização de farta mão de obra. A adoção da plantation tem como consequência a concentração de terras por meio de latifúndios e a maior dependência em relação ao mercado externo.
Com o cultivo da-cana-de-açúcar em terras brasileiras, foi introduzido no país: monocultura, grandes estabelecimentos, capitais abundantes, mão de obra numerosa e barata, alto nível tecnológico, trabalho assalariado, aproveitamento agroindustrial de produção, cultivos destinados à exportação e grande rendimento.
Sistema Intensivo
O sistema intensivo emprega capitais, mecanização e mão de obra qualificada. Em contraste ao sistema extensivo, é caracterizado por capitalização e por um alto índice de produtividade.
Utilizado em propriedades nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o sistema intensivo apresenta as seguintes características: uso permanente do solo, rotação de cultivos, uso de fertilizantes, seleção de sementes, seleção de espécies, mecanização, grande rendimento, alta produção por hectare, terra escassa e mão de obra abundante e qualificada.
Agricultura Familiar
A grande maioria dos estabelecimentos rurais brasileiros, 84,4%, são classificados como “estabelecimentos da agricultura familiar”, mas ocupam apenas 24,3% do território ocupado no campo brasileiro. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tais estabelecimentos rurais são responsáveis por 70% dos empregos no campo e por 40% do total da produção agrícola no país.
A agricultura familiar apresenta áreas de cultivo menores, em pequenas e médias propriedades, com o trabalho e administração das terras nas mãos das famílias proprietárias. A agricultura familiar é responsável pelo fornecimento de boa parte dos alimentos do mercado interno.
Com a agricultura familiar abastecendo o mercado interno, as grandes empresas atuam com maior participação no mercado exportador.
O pequeno produtor brasileiro é quem mais sofre com a falta de preparo técnico e de incentivos sociais e econômicos. O somatório da produção de vários pequenos e médios produtores, por meio do cooperativismo, tem possibilitado aumentar a participação nos mercados nacionais.
Áreas de agricultura familiar, a exemplo do que vem ocorrendo no norte do Paraná, voltaram-se para cultivos altamente mecanizados como os da soja e do trigo.
As atividades agrárias são muitos influenciadas por fatores naturais, como características tropicais, que favorecem a produção de cultivos de destaque no mercado mundial. A economia agroexportadora contribuiu, durante um extenso período, para estabelecer uma organização social que relacionou a propriedade da terra à concentração do poder político e econômico, favorecendo os conflitos existentes. A atividade agrícola apresenta forte dualidade entre uma agricultura comercial, mecanizada e de exportação, e lavouras arcaicas de subsistência, com trabalho familiar.
ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL - REFORMA AGRÁRIA
Estrutura Fundiária
A estrutura fundiária é a forma como são distribuídas as propriedades rurais de um país. A realidade da distribuição de terras no Brasil é uma herança do sistema colonial – da “Lei das Sesmarias” – onde havia o predomínio de grandes propriedades de terras – as “plantations” – cuja produção estava voltada ao mercado externo.
A estrutura fundiária brasileira é extremamente conservadora: os latifúndios com mais de mil hectares ocupam 44,4% das terras. A maioria dos proprietários, cerca de 48%, é pequena. Já os grandes latifundiários, que representam apenas 1% dos donos de terras no Brasil, controlam quase metade delas.
Nas últimas décadas, o governo brasileiro tomou algumas medidas para tentar corrigir essa desproporcionalidade. Houve assentamentos de produtores rurais sem terras, apoio à agricultura familiar, crédito rural e outros programas. Contudo, isso não mudou de forma significativa a estrutura fundiária brasileira.
A maior concentração fundiária ocorre nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. O Sul apresenta a menor concentração fundiária do país, mas mesmo em tal região as propriedades rurais não são bem divididas.
O Índice Gini – indicador de desigualdade utilizado para medir o grau de concentração da terra e da renda – revela quanto conservadora é a estrutura fundiária do Brasil. O índice varia de zero a um: quanto mais próximo de um, maior a desigualdade na distribuição de terras. O Censo Agropecuário de 2006, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma Gini de 0,872 para a estrutura agrária brasileira. Esse número, que é superior aos índices apurados em 1985 (0,857) e 1995 (0,856), demonstra que com o passar do tempo, o problema da concentração de terras no Brasil se agravou.
Área agrícola - São Paulo
O Censo de 2006 também mostra que a principal atividade de estabelecimentos agropecuários é a criação de bovinos, que ocorre em mais de 30% deles. Em seguida: o cultivo de outras lavouras temporárias, inclusive o feijão e a mandioca (18%), o cultivo de cereais (12%) e a criação de aves (9%).
De acordo com o Censo, os estabelecimentos cuja atividade principal é a plantação de cana-de-açúcar ou de soja ficaram com a maior participação no valor da produção agropecuária (14% cada). Em seguida: estabelecimentos cuja atividade principal é a criação de bovinos (10%), o cultivo de cereais (9%) e o cultivo de outros produtos da lavoura temporária (8%).
Os minifúndios – pequenas propriedades rurais, geralmente exploradas pelo agricultor e sua família – costumam ser mais bem aproveitados do que os latifúndios. Os minifúndios são responsáveis por grande parte das culturas de alimentação básica. São eles que sustentam a atividade produtiva do país, fornecendo alimentos para a população. Os minifúndios são também os estabelecimentos que mais geram empregos na área rural.
A estrutura fundiária brasileira pouco se modificou na última década. Devido à concentração fundiária, muitos pequenos agricultores abandonaram suas atividades agrícolas. A modernização acelerada da agricultura e a pobreza nas áreas rurais resultaram no êxodo rural. Na segunda metade do século XX, o êxodo rural assumiu enormes proporções: de 1950 a 2000, o percentual de brasileiros que viviam no campo caiu de 64% para menos de 20%. Em 1950, 60,7% da população ativa trabalhava no setor agropecuário. Em 2000, esse percentual havia diminuído para 19,0%.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há 29.4 milhões de pessoas que vivem na zona rural.
Entre os habitantes do campo, há cerca de 14.7 milhões de pessoas (50% do total) empregadas em atividades agrícolas. Do total das pessoas que vivem em áreas rurais, 29,6% são trabalhadores autônomos e 28,4%, empregados. Contudo, a pesquisa aponta que houve uma redução de aproximadamente um milhão de pessoas empregadas na agricultura. Essa queda se deve à realocação de pessoas para outros setores ainda relacionados ao agronegócio – por exemplo, a agroindústria.
A pesquisa aponta que 54,8% da população rural tem entre 15 e 54 anos de idade e que 57% das pessoas que moram no campo têm entre quatro e 14 anos de estudo. A Pnad revela que há mais pessoas com pouca escolaridade no campo do que na cidade: 22,5% dos habitantes não frequentaram a escola ou estudaram por menos de um ano. Entre a população urbana, esse percentual é de 9,7%.
É importante notar que na última década, a agropecuária moderna e a agricultura de subsistência passaram a dividir espaço com atividades ligadas à prestação de serviços, à indústria e ao turismo e lazer. Esse fenômeno, aparentemente irreversível, fez com que os limites entre o rural e o urbano no Brasil se tornassem cada vez menos nítidos. Dados de 2009 revelam que 44,7% dos brasileiros que residem na zona rural têm renda proveniente de atividades não agrícolas. Em São Paulo, o número atinge 78,4%.
Segundo o Censo de 2010, dos 29,9 milhões de brasileiros que residiam no campo, 25,5% viviam em situação de pobreza extrema. Já entre os 160,9 milhões que residiam nos centros urbanos, o número era bastante inferior: 5,4%.
O Censo Agropecuário de 2006-2007 demonstrou a seguinte relação entre o número de estabelecimentos de agricultura familiar e o tamanho do território que ocupam: 84,4% dos estabelecimentos rurais brasileiros são de agricultura familiar, mas possuem apenas 24,3% do território ocupado no campo. O restante dos estabelecimentos (15,6%) faz parte da agricultura “não familiar” – ou seja, é o agronegócio – que, por sua vez, possui 75,7% das áreas ocupadas no campo.
Esses dados demonstram a enormidade da concentração de terras no Brasil: mais de 75% da área produtiva nacional se encontra nas mãos de cerca de 15% dos proprietários de terra.
Produtividade Agrícola
Graças às pesquisas da Embrapa, o aumento da produtividade resultou no crescimento da produção agrícola brasileira. Um exemplo disso: entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos no Brasil subiu 1,7% ao ano, mas a produção cresceu 4,7%.
De 1975 a 2010, o índice de produtividade agrícola do Brasil multiplicou-se 3,7 vezes: o dobro da velocidade observada nos Estados Unidos.
A produtividade agrícola brasileira é beneficiada pelo clima tropical do país. Exemplificando: em algumas regiões brasileiras, é possível plantar milho depois da colheita da soja. Há, portanto, duas safras no mesmo ano.
O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e no Caribe. Segundo um estudo realizado em 2011 pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o país apresenta índices de crescimento acima da média mundial.
O aumento da produtividade deve-se às novas tecnologias aplicadas ao plantio, à colheita e ao transporte. Deve-se também ao uso de sementes de melhor qualidade, à maior utilização de insumos agrícolas e de maquinário, à mão de obra predominantemente assalariada e ao uso intensivo do solo.
Um outro fator é a expansão das terras agricultáveis, apesar da manutenção de desigualdades sociais.
É importante notara que as pequenas propriedades podem ser consideradas as mais produtivas, pois abastecem em grande parte o mercado interno. Proporcionalmente, as grandes propriedades são mais improdutivas, pois ocupam a maior parte da área e têm a menor quantidade de produção.
Subsídios do Governo
As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio, pois oferecem ao homem do campo acesso a linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização. Vários programas do governo ajudam a financiar as diversas necessidades dos produtores. Contudo, os pequenos produtores rurais são os que mais encontram dificuldades para obter linhas de financiamento.
Modernização do setor agropecuário
O setor agropecuário apresenta um acentuado processo de mecanização, escasseando o emprego e a renda para a população rural, pois reduziu a necessidade do trabalho no campo, agravando os conflitos pela posse da terra.
A modernização da agricultura promoveu a valorização da terra e a concentração fundiária. Houve um aumento no aproveitamento de solos menos férteis. Mas seus impactos sociais negativos são evidentes: acentuou as desigualdades sociais e gerou o aumento da dependência dos agricultores em relação às empresas do agronegócio.
A modernização é resultante de pacotes tecnológicos importados. É caracterizada pela incorporação de maior dosagem de adubos, calcários, agrotóxicos, sementes melhoradas, tratores e equipamentos na agropecuária. A indústria brasileira voltada para o campo desenvolveu-se, principalmente, para grandes produtores, que foram estimulados a adquirir os insumos industriais modernos pelos créditos governamentais subsidiados.
Os equipamentos mecânicos utilizados nas grandes propriedades monocultoras e a aplicação de fertilizantes e agrotóxicos vêm provocando graves desequilíbrios ambientais. Vários problemas ambientais resultaram da expansão da agricultura, entre eles:
1. As constantes aplicações de agrotóxicos aumentam a incidência de pragas, pois reduzem a população de predadores naturais e tornam os seus vetores mais resistentes aos venenos aplicados.
2. Os sulcos abertos pelos tratores na preparação do solo facilitam o escoamento superficial da água das chuvas. Isso acelera o processo de degradação dos solos.
3. O desmatamento indiscriminado tem alterado o armazenamento da água no solo. Isso tem graves repercussões no regime dos rios.
4. O uso da queimada na preparação do solo aumenta a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. Isso faz com que a atmosfera retenha mais calor do que deveria em seu estado natural.
Agronegócio
O agronegócio é a agregação de valor ao produto rural, por sua industrialização.
O agronegócio no Brasil ocupa aproximadamente 282 milhões de hectares. Destes, 220 milhões são utilizados para pastagens e 40 milhões para lavouras. Há no país 106 milhões de hectares a serem explorados, especialmente nos cerrados.
Em 2004, o agronegócio brasileiro alcançou grandes resultados:
- PIB do setor rural (“dentro das porteiras das fazendas”): R$ 162,95 bilhões
- PIB do conjunto do agronegócio (“dentro e depois das porteiras das fazendas”): R$ 524,46 bilhões
- Valor Bruto da Produção agropecuária (VBP): R$ 166 bilhões
- Exportações totais do agronegócio: US$ 36,03 (29% a mais do que em 2003)
- Saldo comercial: US$ 31,578 bilhões
- Postos de trabalho: cerca de 37% do total das pessoas ocupadas no Brasil
O agronegócio no Brasil é estimulado pelo governo, que concede créditos. Apesar de seus benefícios, promove a concentração de terras e o desemprego no campo.
Agricultura de exportação
Segunda a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo. O país é superado apenas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Em 2012-2013, o Brasil exportou US$ 100,61 em produtos agropecuários.
A expansão da safra de soja e o aumento da produção de carnes foram os principais responsáveis pelo recente progresso do Brasil na exportação agrícola. As exportações brasileiras de complexo de soja (grão, farelo e óleo) mais do que quadruplicaram: em 2000, representavam US$ 4,2 bilhões e, em 2009, US$ 17,2 bilhões. No mesmo período, as vendas de carne bovina subiram de US$ 813 milhões para US$ 4,2 bilhões e as de carne de frango, de US$ 735 milhões para US$ 5,8 bilhões.
PRODUÇÃO AGRÁRIA BRASILEIRA
O Brasil possui uma das mais extensas áreas agrícolas do mundo. As terras férteis e o clima brasileiro são propícios para a agricultura.
Apesar das barreiras comerciais e políticas de subsídios impostas por outros países, a agricultura brasileira coloca o país em uma posição de destaque em termos de saldo comercial. O país é líder na produção e exportação de vários produtos agropecuários. A produção de melhor qualidade e preço é destinada às exportações. Os excedentes permanecem no país e são voltados para o mercado interno.
O Brasil é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, atrás dos Estados Unidos e da União Europeia. O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo e é o maior exportador de carne bovina do mundo. O país também é líder na exportação de carne de frango e é o quarto maior exportador de carne suína.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar: o país é responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo. O Brasil é também o maior exportador mundial de etanol de cana-de-açúcar. É o país que mais exporta tabaco, café e suco de laranja e o segundo maior exportador mundial de complexo de soja (farelo, óleo e grão).
A China, que é o principal parceiro comercial do Brasil, importa 8% do total exportado pelo setor. O segundo maior parceiro comercial, os Estados Unidos, importam do agronegócio nacional pouco menos que a China.
O país exportou US$ 100,61 bilhões em produtos agropecuários durante a safra 2012/2013 (julho de 2012-junho de 2013).
O governo é responsável por parte desse crescimento, tendo ampliado significativamente o apoio ao produtor rural, oferecendo linhas de financiamento e melhores condições no acesso ao crédito.
No entanto, o Brasil ainda importa produtos essenciais, como o trigo, para seu mercado de consumo. Devido ao fato de a produção de trigo de países como os Estados Unidos, o Canadá e a Argentina ser muito subsidiada por seus respectivos governos, o trigo importado chega ao Brasil mais barato do que o produzido no país. Com a adaptação genética do trigo ao clima tropical dos cerrados e graças aos incentivos fiscais, a área de cultivo desse produto vem se expandido no Brasil.
Mercado de commodities
Mais de 70% das exportações brasileiras são commodities. Estas são mercadorias que possuem características uniformes e que são provenientes de cultivo ou de extração. São produzidas em larga escala e são comercializadas mundialmente. Os preços das commodities são estabelecidos pelo mercado global: os preços flutuam diariamente, sendo determinados pela lei da oferta e procura. Portanto, o Brasil não tem controle sobre o preço internacional da maioria dos produtos que exporta. Exemplos de commodities: café, trigo, soja, ouro, petróleo e minério de ferro.
Principais Produtos da Agricultura Brasileira
Café
O café foi historicamente a segunda grande monocultura do Brasil, sucedendo à da cana-de-açúcar. Desde o Império até os dias de hoje, o café é um dos principais itens de exportação do Brasil.
Atualmente, há 15 Estados brasileiros que produzem café. Os principais produtores são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia. Graças à diversidade de regiões brasileiras em que há a cultura do café, o Brasil é capaz de produzir diversas variedades do produto: isso permite atender às diferentes demandas mundiais, referentes à qualidade, ao paladar e aos preços.
A produção de café no Brasil é incentivada por linhas de financiamento e por incentivos governamentais. O propósito destes é promover a sustentabilidade, competitividade, inovação e tecnologia. No ano de 2012, R$2,7 bilhões foram disponibilizados para assegurar capital de giro e financiar tanto o custeio como outras necessidades do setor.
O Brasil é o maior exportador de café. Na última década, a participação brasileira no mercado brasileiro variou de 29% a 33% do mercado mundial.
Cana-de-açúcar
No Brasil, a cana-de-açúcar foi introduzida pelos portugueses no século XVI e foi responsável pelo povoamento de trechos do litoral brasileiro, especialmente no Nordeste.
As principais áreas de cultivo de cana-de-açúcar no Brasil durante os primeiros séculos foram a Zona da Mata Nordestina e o Recôncavo Baiano.
O sucesso da cultura canavieira se deve aos seguintes fatores:
- clima quente e úmido;
- solo fértil - massapé;
- braço escravo (mão de obra);
- mercado consumidor garantido;
- madeira da Mata Atlântica (combustível e caixotes para o transporte).
A grande produção açucareira durante os séculos XVI e XVII foi uma das principais causas do surgimento do latifúndio, monocultura e escravidão no Brasil.
Apesar das crises sofridas, a cana-de-açúcar sempre foi um produto importante para a economia brasileira e para as exportações do país.
A partir de 1930, a cultura da cana se espalhou por São Paulo. Aos poucos, o Estado passou a ser o maior produtor brasileiro de cana-de-açúcar.
A expansão do cultivo da cana-de-açúcar tem ocorrido visando ao aumento da produção de etanol, que acompanha o crescimento do mercado de carros bicombustíveis. Houve um aumento no interesse internacional por fontes de energia renováveis, como o etanol.
A maior demanda por cana-de-açúcar causou com que novas áreas fossem utilizadas para o seu cultivo. Isso resultou na diminuição da produção de gêneros alimentícios e, consequentemente, no aumento nos preços dos alimentos.
Em 2009, com o objetivo de regular o plantio da cana-de-açúcar, o governo brasileiro lançou o programa Zoneamento Agroecológico da Cana-De-Açúcar (ZAEcana). Esse programa proíbe a expansão do plantio da cana sobre alguns biomas. Os critérios utilizados por esse programa para proibir o plantio da cana são o meio ambiente e a situação econômica da região.
Além de ser o maior produtor de cana-de-açúcar, o Brasil foi também o primeiro país a utilizá-la na produção de açúcar e de etanol, que, com o passar do tempo, tem tido mais aceitação no mercado externo como biocombustível, representando, portanto, uma alternativa energética.
A maioria do etanol brasileiro é exportada para três mercados: o europeu, o norte-americano e o japonês.
O Brasil é responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo.
Soja
A soja, nativa da Ásia Oriental, é cultivada no verão. No Brasil, a soja é cultivada nas regiões Centro-Oeste e Sul. Recentemente, o cultivo do produto está se expandindo para o Norte e o Nordeste.
A expansão da cultura da soja ocorreu, sobretudo, no Cerrado brasileiro. A partir do desenvolvimento da tecnologia que permitiu corrigir o problema da baixa fertilidade nos solos do Cerrado, seu território se tornou área de expansão da plantação de grãos, como a soja, para a exportação. A topografia da região varia entre plana e suavemente ondulada, o que favorece a agricultura mecanizada e a irrigação. O avanço da produção de soja na Amazônia Legal tem levado a um significativo aumento de problemas ambientais. O avanço da cultura em grandes extensões de terra reduz a biodiversidade e causa uma preocupação ambiental.
A soja, que corresponde a 49% da área plantada em grãos do Brasil, é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nos últimos 30 anos. Esse aumento de produtividade ocorreu graças a avanços tecnológicos e à eficiência dos produtores.
A produção da soja está ligada a complexos agroindustriais e ao agronegócio. O cultivo do produto exige grandes investimentos em insumos e máquinas e em pesquisas. A exigência de lavouras altamente mecanizadas não permite que faça parte da agricultura familiar.
A produção de soja tem ocupado grandes extensões de áreas cultivadas e, graças ao seu valor de mercado, tem trazido divisas para a economia nacional. A soja é um dos produtos mais destacados na agricultura nacional e na balança comercial, obtendo superávits. Há uma crescente demanda pelo produto no mercado internacional. O complexo de soja – grão, farelo e óleo – é o principal gerador de divisas cambiais do Brasil: as negociações atuais ultrapassaram US$20 bilhões.
A soja é consumida de forma industrializada como óleo de soja. Nos últimos anos, produtos à base do produto, como o leite de soja, passaram a fazer parte da alimentação diária do brasileiro. A soja é usada para substituir o leite em produtos como chocolates, tornando-se uma alternativa para pessoas que tenham intolerância à lactose. A soja é também utilizada para produzir rações animais.
Criação em Mato Grosso
TIPOS DE PECUÁRIA
Denomina-se de pecuária a criação e reprodução de animais com finalidades econômicas. Os animais assim criados e reproduzidos são conhecidos como gado.
Diversos são os tipos de gado: os bovinos, os ovinos, os suínos, os caprinos, os asininos, os equinos e os muares.
Tipos de criação bovina
Extensiva - gado solto nas pastagens onde são criados novilhos e engordados o "gado de corte", bois que servem para a produção de carnes para mercado.
Intensiva - gado criado em estábulos, normalmente vacas para a produção de leite. Na criação intensiva, a utilização de rações adequadas e os cuidados veterinários possibilitam a inseminação artificial e a seleção de touros e de raças.
Os maiores rebanhos bovinos do mundo estão localizados na Índia, nos Estados Unidos, na Rússia, no Brasil, na Austrália e na Argentina.
Um tipo de gado bovino muito produzido hoje é o búfalo, principalmente na Índia, na China, no Paquistão e nos Estados Unidos.
Tipos de criação ovina
Intensiva - criação de ovelhas para a produção de lã, principalmente na Austrália, na Nova Zelândia e na Rússia.
Extensiva - ovelhas de corte para a produção de carne.
Tipos de criação suína
Extensiva - criação de porcos para a produção de banha e de carnes para consumo do próprio produtor. Nesse tipo de criação, pouco são os cuidados técnicos e com a higiene.
Intensiva - porcos estabulados com cuidados científicos e muita higiene; destinados a produção de couro e carnes para indústrias e frigoríficos.
Os maiores rebanhos de suínos no planeta estão na China, Estados Unidos, Rússia e Brasil.
Tipos de criação caprina
Extensiva - criação de cabras para a produção de carne, mais comum em regiões de relevo acidentados e de climas semiáridos ou áridos.
Intensiva - produção estabulada de cabritos para o aproveitamento da pele e da carne e de cabras fornecedoras de leite.
A China, a Índia e a Itália são os grandes produtores.
Tipos de criação asinina
Extensiva - jumentos e jegues destinados para corte ou para o uso na tração animal (carroças puxadas por jumentos são um exemplo de tração animal).
Intensiva - para selecionar reprodutores.
Tipos de criação equina
Extensiva - criação de éguas e cavalos para tração, montaria ou corte.
Intensiva - estabulada e com o propósito de selecionar e preparar éguas e cavalos para atividades esportivas ("corrida de cavalo" e "partidas de polo").
Muares
Burros e bestas ou mulas originadas pelo cruzamento entre equinos e asininos.
Avicultura
É a criação de aves para o corte e para a produção de ovos. Nas áreas rurais de quase todos os países do globo são criados galinhas e frangos, gansos, marrecos, codornas, perus e patos. O mais importante rebanho de aves, quantitativamente e quanto ao valor econômico, consiste nos galináceos (frangos e galinhas).
Tipos de criação galinácea
Extensiva - destinada ao corte sendo a carne consumida pelo próprio produtor ou enviada para frigoríficos com a objetivo de aproveitamento econômico.
Intensiva - criação feita em granjas e fundamentalmente voltada para a produção de ovos.
Outras atividades
Piscicultura - criação e reprodução de peixes e crustáceos em cativeiro (no Chile, destaca-se a criação de salmão; no Brasil está bastante difundida a criação de trutas).
Sericicultura - criação de casulos de bichos-da-seda, amplamente praticada na Ásia (China, Japão, República da Coreia ou Coreia do Sul e na República Democrática da Coreia ou Coreia do Norte, os maiores produtores mundiais de seda).
PECUÁRIA BRASILEIRA
Pecuária é a atividade ligada à criação de rebanhos de animais para fins econômicos. Compreende a criação de gado (bovinos, suínos, equinos, etc.), aves, coelhos e abelhas.
O Brasil tem um rebanho de aproximadamente 193 milhões de cabeças. Especialistas afirmam que daqui a 10 anos, serão 220 milhões.
A pecuária de bovinos é a mais comum, devido à sua utilidade ao homem. O rebanho bovino é uma fonte de força de trabalho e de meio de transporte e, principalmente, de carne, leite e couro. A pecuária de corte é destinada ao abate para o fornecimento de carne e a pecuária leiteira, à produção de leite e seus derivados.
Os Sistemas de Criação
No Brasil, há dois tipos de criação: a intensiva e a extensiva. A criação intensiva é caracterizada por áreas limitadas, rebanhos pouco numerosos, alto rendimento, aplicação de métodos científicos, produção de leite e proximidade aos grandes centros urbanos. Já a criação extensiva apresenta as seguintes características: grandes áreas, gado criado a solta, pastagens naturais, falta de técnicas avançadas de criação, baixo rendimento, produção destina ao corte e número reduzido de cabeças por hectare.
Os Rebanhos
Bovinos
O Brasil é atualmente o maior exportador do mundo de carne bovina e de frango.
A criação de gado bovino no Brasil foi iniciada durante a era colonial. Em 1534, os colonizadores portugueses trouxeram os primeiros bois para a Capitania de São Vicente.
Criação em Mato Grosso
Durante os séculos 16 e 17, a pecuária brasileira se desenvolveu principalmente no Nordeste, pois a região apresenta fatores naturais e econômicos altamente favoráveis a tal atividade: relevo de topografia plano, grande disponibilidade de terras e um mercado consumidor de carne e couro bastante amplo graças à concentração humana nos engenhos.
Estima-se que no início do século 18, havia no Brasil um rebanho bovino de um milhão e meio de cabeças. Durante os séculos 18 e 19, a pecuária bovina se espalhou pelo país, havendo uma enorme dispersão na criação de bois por vários pontos do território nacional.
Bufalinos
Acredita-se que os primeiros búfalos foram trazidos ao Brasil no final do século 19, quando uma embarcação que se dirigia à Guiana Francesa aportou na Ilha de Marajó e comprou alimentos com búfalos.
No Brasil, a pecuária bufalina, que gera uma elevada produção de carne e leite, é desenvolvida em áreas de campos como as de Marajó, do Alto Rio Branco e do litoral do Amapá.
Suínos
O segundo maior rebanho do Brasil é o suíno, ficando atrás apenas do bufalino. O país conta com 35.2 milhões de porcos. É o segundo maior rebanho suíno no mundo, superado apenas pelo chinês.
A concentração de pecuária suína ocorre no Sul e Centro-Sul, principalmente nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Diferentemente do gado bovino, o suíno é criado em pequenas e médias propriedades, geralmente associadas a alguma forma de agricultura, como a do milho no Paraná.
Caprinos
O rebanho brasileiro de caprinos (cabras) é de aproximadamente 14 milhões de cabeças. O valor econômico de rebanhos caprinos é alto, pois além de carne e leite, aproveita-se a pele das cabras.
A distribuição de rebanhos caprinos ocorre principalmente em duas regiões: Nordeste, onde há criação extensiva, e Sul. Devido ao seu moderno sistema de criação, que requereu grandes investimentos, o Sul apresenta os melhores rebanhos caprinos, com elevada taxa de rentabilidade.
Urias Rocha®
Geogradia - UCDB (Universidade Católica Dom Bosco - Campo Grande-MS - Brasil)
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