terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Snowden quebra o silêncio e diz, em carta, que continua livre para divulgar informações secretas

O ex-agente do governo norte-americano Edward Snowden quebrou seu silêncio pela primeira vez desde que chegou a Moscou, há oito dias. De acordo com a agência de notícias Reuters, Snowden disse que continua em liberdade para prosseguir divulgando detalhes sobre as atividades de espionagem praticadas pelos EUA, e afirmou que os americanos construíram o maior sistema de vigilância do mundo.
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Violação de privacidade - Edward Snowden, 29, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem americana. O técnico revelou voluntariamente que é a fonte utilizada pelos jornais britânico "The Guardian" e norte-americano "The Washington Post", que revelaram dois programas de espionagem que permitem consultar diariamente registros de ligações nos Estados Unidos e extrair informação de servidores de gigantes da internet com o objetivo de espionar estrangeiros suspeitos de terrorismoVEJA MAIS >Imagem: Ewen MacAskill/The Guardian/AP
Em uma carta enviada ao Equador e à qual a Reuters teve acesso, Snowden disse que os EUA o estavam perseguindo ilegalmente por revelar informações sobre o Prism, um programa de vigilância eletrônica usado pelo governo norte-americano para monitorar dados na internet. O ex-agente também agradeceu ao Equador por ajudá-lo a chegar à Rússia e por examinar seu pedido de asilo político.
"Eu continuo livre e capaz de publicar informações de interesse público", disse Snowden na carta escrita em espanhol e sem data, endereçada ao presidente Rafael Correa.
"Não importa quantos dias mais eu tenha de vida, me mantenho dedicado a lutar pela justiça nesse mundo desigual. Se algum desses dias que estão por vir representar uma contribuição para o bem comum, o mundo terá de agradecer aos princípios do Equador", disse Snowden em parte do texto.
Na carta, o ex-agente elogia o governo equatoriano. "Existem poucos líderes mundiais que arriscariam apoiar os direitos humanos de um indivíduo diante do governo mais poderoso do planeta, e a coragem do Equador e de seu povo é um exemplo para o mundo. Eu devo expressar meu profundo respeito por seus princípios e meu agradecimento sincero pelas atitudes do seu governo ao considerar meu pedido de asilo político."

"Maior sistema de vigilância do mundo"

Em outro trecho do carta, de acordo com a Reuters, o ex-agente afirma que todo cidadão do planeta está sujeito ao monitoramento norte-americano.
"O governo dos EUA construiu o maior sistema de vigilância do mundo. Este sistema global afeta cada vida humana tocada pela tecnologia; gravando, analisando e julgando cada membro do público internacional. É uma violação grave dos nossos direitos humanos universais quando um sistema político perpetua espionagem automática, penetrante e injustificável contra pessoas inocentes. Acreditando nisso, eu revelei esse programa ao meu país e ao mundo." (Com informações da Reuters)
Uol
Por Urias Rocha

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